ATA DA OCTOGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 26-9-2001.

 


Aos vinte e seis dias do mês de setembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Maffei, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Septuagésima Sétima Sessão Ordinária que, juntamente com as Atas da Septuagésima Quinta e Septuagésima Sexta Sessões Ordinárias, deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 243/01 (Processo nº 3614/01); pelo Vereador Almerindo Filho, 10 Pedidos de Providências; pelo Vereador Beto Moesch, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, Líder da Bancada do PSB, as Emendas nºs 01 e 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 060/01 (Processo nº 1372/01); pelo Vereador Cassiá Carpes, 06 Pedidos de Providências e a Indicação nº 038/01 (Processo nº 3694/01); pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 247/01 (Processo nº 3641/01); pelo Vereador Elói Guimarães, o Projeto de Resolução nº 081/01 (Processo nº 3606/01); pelo Vereador Ervino Besson, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Haroldo de Souza, 05 Pedido de Providências e a Indicação nº 033/01 (Processo nº 3650/01); pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Informações nº 175/01 (Processo nº 3688/01); pelo Vereador João Carlos Nedel, 03 Pedidos de Providências; pela Vereadora Maristela Maffei, o Projeto de Lei do Legislativo nº 011/01 (Processo nº 0293/01); pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de Informações nº 173/01 (Processo nº 3648/01), o Projeto de Lei do Legislativo nº 239/01 (Processo nº 3555/01) e o Projeto de Resolução nº 082/01 (Processo nº 3609/01). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 10202331, 10203620, 10201403, 10199129, 10198168, 10196111, 10196249, 10196253, 10192807, 10191969, 10196238, 10195441, 10192623, 10191652, 10192001, 10192393, 10191933, 10192880, 10192159, 10191792, 10192269, 10190992, 10191425, 10190362, 10190560, 10191202, 10187541 e 10188906/01, do Senhor Barjas Negri, Secretário-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Deputado Federal José Hugo Mardini, tendo o Vereador João Carlos Nedel registrado a eleição de Sua Senhoria para a Presidência do Diretório Metropolitano do Partido Progressista Brasileiro. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 235/01, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Resolução nºs 058/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Raul Carrion, 071/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Ervino Besson, 077 e 078/01, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib e João Bosco Vaz, o Projeto de Lei do Executivo nº 024/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Reginaldo Pujol; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 231 e 237/01, este discutido pelo Vereador Ervino Besson; em 5ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 007/01. A seguir, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento da Vereadora Helena Bonumá, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Juberlei Bacelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Estilac Xavier, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Darci Campani e José Valdir em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Helena Bonumá. Também, foi apregoada Declaração firmada pela Suplente Berna Menezes, informando seu impedimento em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Helena Bonumá. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal teceu críticas às ações desenvolvidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, particularmente no Estado do Rio Grande do Sul, apresentando reportagens publicadas em jornais acerca do assunto e questionando a participação de crianças nesse Movimento. Nesse sentido, propugnou pela intervenção do Governo Federal a fim de disciplinar a atuação do MST. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 03, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PPB, ao Projeto de Lei do Executivo nº 005/01 (Processo nº 1322/01). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion reportou-se à assembléia de moradores do Centro da Cidade, ocorrida ontem, com a participação de Sua Excelência, que teve como finalidade discutir os problemas dos terminais de ônibus das Avenidas Salgado Filho e Borges de Medeiros. Também, referiu-se à reunião realizada no salão paroquial da Igreja São Geraldo, para buscar soluções para os alagamentos do Bairro São Geraldo. A seguir, o Vereador Carlos Alberto Garcia registrou a presença do Senhor Sérgio Pinto Machado, Presidente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos e informando que Sua Senhoria comparece a este Legislativo para participar de solenidade em homenagem ao transcurso do trigésimo aniversário do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e concedeu a palavra ao Vereador Isaac Ainhorn que, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, dissertou sobre a história dos trinta anos de existência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, mencionando os responsáveis pela idéia de implantar essa instituição no Estado e examinando dados relativos ao atendimento médico por ela prestado à população. Na ocasião, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças dos Senhores Carlos Alberto Macedo, Themis Reverbel da Silveira e Maria da Graça Crosseti, respectivamente Vice-Presidente Médico, Coordenadora da Equipe de Pesquisa e Coordenadora da Equipe de Enfermagem do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Sérgio Pinto Machado, que destacou a importância da homenagem hoje prestada por este Legislativo aos trinta anos de fundação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Em seguida, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores Reginaldo Pujol, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Aldacir Oliboni, Humberto Goulart, Paulo Brum e Cassiá Carpes, que se manifestaram em saudação ao transcurso do trigésimo aniversário do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Às dezesseis horas, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e três minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Paulo Brum registrou a presença, no Plenário Otávio Rocha, da Senhora Terezinha Isabel Souto Rocha, elogiando a participação de Sua Senhoria em torneios internacionais de tênis de mesa adaptado para deficientes, realizados na Cidade de La Coruña, na Espanha, dos dias dezoito a vinte e um de setembro do corrente, ocasião em que a referida atleta recebeu medalha de ouro nessa categoria esportiva. O Vereador Estilac Xavier teceu considerações a respeito de Requerimento subscrito pelas Bancadas do PT, PC do B e PSB, a ser encaminhado ao Senhor Presidente deste Legislativo, solicitando seja deferida a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - para, no prazo de noventa dias, apurar e investigar denúncias de comprometimento de recursos e do patrimônio do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre - MFM. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 03, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PPB, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 060/01 (Processo nº 1372/01). Em continuidade, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador José Fortunati, que procedeu à leitura de documento apresentando ontem à imprensa gaúcha, no qual Sua Excelência anunciou sua filiação ao Partido Democrático Trabalhista, ressaltando que, ao escolher uma nova agremiação política, procurou um partido que tivesse como bases a moralidade, a eficiência e a justiça e que reconhecesse a democracia como valor universal, justificando, assim, os motivos que o levaram a ingressar no PDT. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson discorreu a respeito da entrevista coletiva concedida ontem pelo Vereador José Fortunati, no Hotel Continental, no qual Sua Excelência anunciou os motivos que o levaram a optar pelo ingresso no Partido Democrático Trabalhista. Nesse sentido, externou sua satisfação pela adesão desse Vereador ao PDT, afirmando que a referida cerimônia de filiação ficará gravada na história do trabalhismo brasileiro. O Vereador Reginaldo Pujol parabenizou o Vereador José Fortunati pelo seu ingresso no Partido Democrático Trabalhista, destacando o papel de líder político desempenhado por esse Vereador e almejando que, ao aderir a essa nova sigla partidária, Sua Excelência possa realizar seus sonhos políticos na plenitude. Ainda, explicou as razões que o levaram a não formalizar convite ao Vereador José Fortunati para que ingressasse no Partido da Frente Liberal. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal do Vereador Marcelo Danéris, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo o Vereador Reginaldo Pujol manifestado-se a respeito. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 005/01, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Sofia Cavedon, Luiz Braz, Reginaldo Pujol e João Antonio Dib, teve sua discussão adiada por cinco Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Beto Moesch. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 005/01, os Vereadores Isaac Ainhorn e Paulo Brum cederam seus tempos de discussão, respectivamente aos Vereadores Luiz Braz e Reginaldo Pujol. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador João Motta. Também, foram apregoadas as Emendas nºs 04 e 05, propostas pelo Vereador Luiz Braz e assinadas pelo Vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do PFL, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 060/01 (Processo nº 1372/01). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para o artigo 10 do Projeto de Lei do Executivo nº 005/01 (Processo nº 1322/01). A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 005/01 (Processo nº 1322/01). Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando seja a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 005/01 (Processo nº 1322/01), dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Após, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Marcelo Danéris, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Adeli Sell, solicitando seja o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/01 (Processo nº 3505/01) considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Emenda à Lei Orgânica nºs 004 e 005/01. Em continuidade, foi aprovado Requerimento do Vereador Marcelo Danéris, solicitando seja adiada, por uma Sessão, a discussão do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 010/98 (Processo nº 1745/98). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 003/00, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Juarez Pinheiro. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/00, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Juarez Pinheiro. Na ocasião, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/00, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Luiz Braz. Às dezessete horas e trinta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e quarenta minutos, constatada a existência de quórum. Foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Estilac Xavier, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Paulo Brum e João Antonio Dib. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 092/01, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Antonio Hohlfeldt. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 050/01, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Juarez Pinheiro. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 114 e 138/01. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução nºs 039 e 057/01. Foi aprovado o Requerimento nº 192/01 (Processo nº 3127/01 - Requer a constituição de Comissão Especial para estudar e debater medidas objetivando o desenvolvimento do desporto amador em Porto Alegre), de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia. Durante a apreciação do Requerimento nº 192/01, o Vereador Carlos Alberto Garcia afastou-se da Presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Na ocasião, o Vereador Luiz Braz solicitou informações acerca da tramitação do Requerimento nº 226/01 (Processo nº 3568/01), que versa sobre a criação de Comissão Externa com a finalidade de percorrer o traçado da radial Anita Garibaldi. Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Estilac Xavier, solicitando seja o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/01 (Processo nº 3404/01) considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Antonio Dib, Estilac Xavier, Elói Guimarães e Reginaldo Pujol. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre a tramitação do Requerimento nº 226/01, anteriormente referido, tendo o Vereador Luiz Braz manifestado-se a respeito. Às dezoito horas e dezesseis minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Estilac Xavier, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Ervino Besson. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Registramos a presença do ex-Dep. Hugo Mardini. Parabéns pela eleição, para nós isso é motivo de orgulho.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, eu gostaria de enfatizar que José Hugo Mardini foi eleito hoje, há pouco, no recinto desta Câmara, Presidente do Diretório Metropolitano do Partido Progressista Brasileiro, por aclamação. Gostaríamos de desejar um profícuo mandato ao ilustre parlamentar e amigo. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2620/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 058/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio artístico "Lupicínio Rodrigues" ao Compositor e Músico João de Almeida Neto.

 

PROC. 3327/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 071/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que altera a Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores - Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. (Obrigatoriedade de voto).

 

PROC. 3427/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 235/01, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que estabelece percentual mínimo de 25% de participação de afro-descendentes na publicidade oficial do Município de Porto Alegre.

 

PROC. 3500/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 077/01, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede aos Senhores Antônio Tannous Jraige, Edson Junqueira e Silva, Irineu Ari Ademar Posselt, José Dornelles da Costa, Marco Antônio Arjonas Guillen e Raul Mendes da Rocha o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético.

 

PROC. 3501/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 078/01, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede às Professoras Jeane Arlete Marques Cazelato e Rejane Penna Rodrigues o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético.

 

PROC. 3538/01 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 024/01, que altera o art. 20 da Lei nº 6.203, de 3 de outubro de 1988, modificado pela Lei nº 6.412, de 9 de junho de 1989. (Alteração de denominação CC/FG).

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 3284/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 231/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que denomina Rua Candido Genro Neto um logradouro cadastrado, localizado no Bairro Lami.

 

PROC. 3482/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 237/01, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que autoriza o Executivo a implantar o Programa Municipal de Saúde Vocal.

 

5ª SESSÃO

 

PROC. 3431/01 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 007/01, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, que altera dispositivos da Lei Orgânica do Município. (Licença do Prefeito).

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se o mal deste País fosse a falta de leis, resolveríamos fácil, porque só se fazem leis. Algumas leis não entendo por que são redigidas, não entendo o que é que elas querem dizer, a que elas querem levar. Esta Casa tem sessenta e cinco prêmios e títulos.

O Ver. Raul Carrion está concedendo o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues ao compositor João de Almeida Neto; correto, sem problemas.

O Ver. Sebastião Melo quer alterar a Resolução nº 1.178 do nosso Regimento, porque ele quer que os Vereadores obrigatoriamente votem, se estiverem no Plenário. Se não votarem, eles estarão incursos na falta de ética, e a falta de ética, informa claramente a Procuradoria do Município, leva à cassação do mandato do Vereador. Não vejo nada de errado no Regimento atual, no seu art. 177, que diz que o Vereador, no Plenário, é obrigado a votar, a não ser que ele justifique a impossibilidade, em razão de interesse pessoal, mas, se ele estiver no Plenário e não votar, ele será considerado ausente. Acho que a pena está aplicada. É um direito dele de estar no Plenário e não querer votar; então, ele é considerado ausente, que se desconte do seu salário a sua “ausência”. Mas dizer que é falta de ética... Acho que o meu amigo Ver. Sebastião Melo exagerou, mas, de qualquer forma, fez com que a Procuradoria da Casa lavrasse um extenso Parecer.

A Ver.ª Clênia Maranhão faz um Projeto que estabelece um percentual mínimo de 25% de participação de afro-descendentes na publicidade oficial do Município de Porto Alegre. Ela não está no Plenário neste momento, mas eu confesso que, por mais que eu tentasse, eu não consegui entender esse Projeto de Lei da Vereadora, que tem um único artigo. Eu não sei o que pretende a nobre Vereadora com esses 25% da publicidade oficial da Prefeitura à afro-descendentes.

É difícil de entender e, não entendendo, é difícil de votar; não explicando, fica mais complicado ainda. A publicidade oficial no Município de Porto Alegre são os editais, só se ela quer falar no “Cidade Viva”, mas isso não é publicidade oficial, é propaganda, é reclame, como se dizia nos antigos e bons tempos. Aguardarei a oportunidade de ser melhor esclarecido.

O Ver. João Bosco Vaz concede títulos honoríficos de Honra ao Mérito Atlético a sete figuras do esporte; e num outro Projeto ele confere o título de Honra ao Mérito Atlético a duas jovens.

O Prefeito encaminha um Projeto de Lei alterando o Plano de Carreira dos Servidores do DMAE, que vai ter de ser lido e muito bem estudado, porque, numa leitura rápida - o Projeto entrou hoje - não dá condições de o Vereador saber o que é que o Prefeito está pretendendo, ainda que pareça ser uma coisa absolutamente normal equiparar DMAE com a Prefeitura na Administração Centralizada. Não tem maiores problemas, mas penso que precisa ser bem examinado, porque se a proposição do Prefeito tem um artigo só, a exposição de motivos tem várias páginas. Então, o Vereador ainda não conseguiu ler e entender com clareza o que está sendo proposto por S. Ex.ª, o Sr. Prefeito Municipal. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, quero, antes de discutir a Pauta, cumprimentar, e desejar sucesso, ao Dr. Hugo Mardini, que está assumindo a Presidência do Diretório Metropolitano do PPB.

Os Vereadores desta Casa têm algumas prerrogativas, e eu gosto de usá-las. Entre essas prerrogativas do Vereador estão as leis que nós podemos usar para homenagear o trabalho das pessoas que se destacam na nossa sociedade, principalmente no segmento esportivo.

Sabe o Ver. Carlos Alberto Garcia que o forte do esporte, hoje, está centralizado nos clubes, em função da estrutura que os clubes colocam à disposição dos atletas. E nós, aqui, que somos ligados ao esporte - o Ver. Carlos Alberto Garcia e este Vereador - costumamos valorizar muito o trabalho de atletas e de treinadores.

Eu venho, então, com este Projeto, que está em Pauta, homenagear aqueles dirigentes, os Vice-Presidentes esportivos dos nossos principais clubes, que são pessoas abnegadas e que trabalham gratuitamente para o seu clube, para o desenvolvimento dos vários departamentos esportivos de seu clube, para o desenvolvimento dos seus atletas, que se doam, que abandonam a família. Então, eu trago a iniciativa de reconhecer o trabalho desses dirigentes, porque nós costumamos homenagear atletas, treinadores, geralmente quando ganham títulos, quando ganham medalhas, mas esses abnegados, esses dirigentes de clubes, que trabalham gratuitamente, que se doam, que, muitas vezes, abandonam a sua família, que ficam no clube o dia todo dando um pouco do seu trabalho para organizar um departamento, para organizar uma viagem, para fazer um evento com o fim de arrecadar dinheiro para que determinado atleta possa competir, esses dirigentes merecem todo nosso reconhecimento.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Bosco Vaz, V. Ex.ª tem que prestar mesmo uma homenagem a essas pessoas que fazem um trabalho extraordinário enquanto elas estão vivas, porque, depois de mortas, não adianta dizer-se que eram competentes profissionais, dedicadas, que estavam sempre prontas a servir a coletividade esportiva. Eu penso que está correto, elas devem ser homenageadas em vida. V. Ex.ª está fazendo bem.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Muito obrigado, Ver. João Antonio Dib. Eu parto, realmente desta premissa: o importante é fazer a homenagem em vida, valorizar as pessoas em vida. E mais: por menor que seja uma homenagem, ela é o reconhecimento do trabalho que alguém está realizando. Também estou oferecendo esse mesmo prêmio para duas professoras de Educação Física: uma delas é a professora Jeane, que o Ver. Garcia conhece muito bem, hoje é Presidente do Conselho Regional dos Professores de Educação Física; outra, é a Secretária Municipal de Esportes, a professora Rejane. São pessoas que também merecem o reconhecimento, merecem a nossa homenagem, merecem o apoio desta Casa, pelo trabalho, pelo desenvolvimento, pela cordialidade com que tratam as comunidades, pelo carinho, pelo desprendimento acima de tudo.

Então, nós vamos aqui resgatar e reconhecer o trabalho que essas pessoas têm realizado, porque é um trabalho muito importante para o desenvolvimento do esporte em Porto Alegre, do esporte no Rio Grande do Sul e no esporte fora do nosso País. Porque muitos dos nossos atletas que passam pelas comunidades carentes com o apoio da Prefeitura, com o apoio do Conselho Regional dos Professores de Educação Física e dos nossos clubes, elevam, e muito, o nome de Porto Alegre. Vejam a atleta Daiane, do Grêmio Náutico União, que já homenageei aqui nesta Casa: representando Porto Alegre ganhou três medalhas em Winnipeg, no Canadá. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, entre os Projetos que estão em discussão preliminar de Pauta, ingressa, hoje, o PLE nº 024/01, que altera o art. 20 da Lei nº 6.203, de 3 de outubro de 1988, modificado pela Lei nº 6.412, de 9 de junho de 1989. Plano de Cargos e Funções Gratificadas do DMAE.

Disse o Ver. João Antonio Dib que este Projeto, que tem um artigo só, é acompanhado por uma ampla exposição de motivos, que ele não conseguiu ler até o presente momento, com razão, já que é a primeira vez, que este Projeto vem a debate.

Vou procurar contribuir para que esse debate ocorra da forma mais esclarecida possível. O art. 20, que é alterado da Lei já referida, estabelece que: (Lê.) “A denominação específica de cada Cargo em Comissão e Função Gratificada será estabelecida por ocasião da lotação, podendo ser alterada, por Decreto, a denominação básica e a classificação dos Grupos de Direção para Assessoramento e vice-versa, ouvido o Conselho Deliberativo do DMAE.”

Essa matéria, como todas outras, foi preliminarmente submetida à Procuradoria da Casa que, por intermédio do Procurador Cláudio Roberto Velasquez, oferece uma grande contribuição para que se possa entender o que, objetivamente, esta Casa fará quando deliberar ou decidir sobre a proposta do Executivo.

Diz o Parecer Prévio, após algumas considerações, o seguinte: (Lê.) “De assinalar, contudo, que a criação e a alteração de cargos públicos somente pode ser processada por lei, segundo é o entendimento doutrinário mais abalizado”. Cita Diógenes Gasparini que, em sua a obra a respeito, preleciona: (Lê.) “Cabe dizer que a criação de cargos significa sua institucionalização, com denominação própria, quantidade certa, função específica e correspondente estipêndio. A transformação do cargo, por sua vez, significa uma alteração de molde a atingir sua natureza”. E enfatiza: (Lê.) “Alerte-se que, se o elemento (nome, padrão, referência, requisitos de provimento, atribuição) foi instituído por lei, somente por ato igual pode ser modificado, se tratar-se de cargo do Executivo, de suas autarquias e fundações públicas, do Judiciário ou das Cortes de Contas.”

Já Hely Lopes Meirelles ensina: (Lê): “A organização legal do serviço público municipal, ou seja, por lei aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada pelo Prefeito, lei em sentido estrito, é exigência constitucional decorrente, dentre outros, dos artigos 29, I; 30, I e II; 39 a 41 e 65, Parágrafo 1º, II, “a”, impositivos para os Municípios, por força do art. 29, caput, que determina a observância dos princípios constitucionais quanto à organização dos seus serviços e assuntos de peculiar interesse e, ainda, especificamente, no que se refere aos servidores públicos. Desses preceitos constitucionais resulta que somente lei, em sentido estrito, pode criar e alterar cargos públicos, bem como fixar-lhes a remuneração - (art. 61, Parágrafo 1º, II, letra ‘a’ - dispor sobre os servidores municipais, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de servidores - art. 37 e incisos e 39 a 41 - e estabelecer requisitos para investidura em cargo municipal. Consoante, permite inferir-se ao acima exposto, o conteúdo normativo da proposição, naquilo que respeita a possibilidade de alteração de cargos em comissão por meio de decreto, salvo melhor juízo, atrai malferimento aos preceitos e princípios constitucionais que regem a matéria.”

Diante dessa colocação do eminente Procurador da Casa, devemos encaminhar este debate sob essa luz, sabendo se é possível, nós, legalmente, autorizarmos o Chefe do Executivo Municipal a transformar atos que, para lei e segundo a opinião desses eminentes tratadistas, são possíveis de serem realizados tão-somente por meio da lei e que, ao que se verifica dessa análise primeira, pretende o Executivo agora fazê-lo por meio de decreto.

Ver. João Antonio Dib, a V. Ex.ª que alertava que não tinha tempo ainda de se deter mais sobre esse assunto, fica esse alerta sobre o qual vamos ter que nos debruçar para ver exatamente o alcance das medidas propostas pelo Chefe do Executivo Municipal e sobretudo o seu enquadramento nesse magnífico parecer expedido pela nossa Procuradoria. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Primeiramente, com a permissão da Presidência, não poderia, até por uma questão de respeito - e pela história que representou dentro do ramo da panificadora gaúcha e do Brasil – deixar de citar o ex-Deputado Federal José Hugo Mardini, que esteve em visita a esta Casa e foi eleito, no dia de hoje, Presidente do Diretório Metropolitano do PPB. Saúdo e registro com muito carinho a presença dele por tudo que representou o ex-Deputado Hugo Mardini para essa categoria, categoria da qual este Vereador fez parte ao longo da sua história e continua fazendo parte ainda. O Dep. Hugo Mardini sempre teve um carinho muito especial, sempre colocou o seu gabinete à disposição da categoria quando foi Deputado Federal e toda a categoria tem o reconhecimento por tudo que ele representou e continua representando.

Vou-me referir a dois Projetos em Pauta. O primeiro deles é o Projeto do Ver. Sebastião Melo, que altera a Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores - Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. O que o Vereador quer? É que nenhum Vereador poderá recusar-se a votar quando estiver presente aqui no Plenário. Portanto, o Vereador tem três alternativas: ou vota a favor ou vota contra ou vai-se abster. Nós queremos aqui concordar com a idéia do Projeto do Ver. Sebastião Melo, porque nós entendemos também que é uma forma muito oportuna de levantar esse problema, porque fica, até, de repente, constrangedor que um Vereador esteja aqui no Plenário e, no momento de votar o Projeto, ele não vota nem a favor nem contra nem vai-se abster. Estando no Plenário, penso que ele tem de votar. Então, nós concordamos plenamente com o Projeto de Resolução do Ver. Sebastião Melo.

Também quero comentar o PLL nº 237/01, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que está presidindo os trabalhos no dia de hoje, com a viagem do nosso Presidente titular, Fernando Záchia. O Projeto autoriza o Executivo Municipal a implantar o Programa Municipal de Saúde Vocal. Este Vereador pensa que é um Projeto muito oportuno do Ver. Carlos Alberto Garcia, porque penso que a saúde vocal quando verificada enquanto o cidadão ou a cidadã estão numa fase mais jovem, tranqüilamente ela tem melhores condições e com custo muito mais acessível para que a pessoa se recupere. Tenho certeza que os Srs. Vereadores, as Sr.as Vereadoras - assim como este Vereador - têm amigos e amigas que, depois de uma certa idade, enfrentam esse problema, muito sério, inclusive para o seu desenvolvimento, para a sua carreira profissional. Portanto, Ver. Carlos Alberto Garcia, é com muita simpatia que este Vereador vê este Projeto e temos certeza de que a Casa também votará favoravelmente ao Projeto de V. Ex.ª. Como eu já disse, quando o problema for atacado no início, a chance para a recuperação é muito mais fácil e com menor custo.

Portanto, fica, aqui, o nosso apoio ao dois Projetos que estão em Pauta no dia de hoje. Saúde, paz e segurança. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho neste período de Pauta tratar do PR nº 058/01, de minha autoria, que concede o Prêmio Artístico “Lupicínio Rodrigues” ao compositor e músico João de Almeida Neto. Queremos, nestas breves palavras, discorrer sobre este grande músico nativista, regionalista, que, no nosso entender, merece a homenagem desta Casa.

João de Almeida Neto é advogado, natural de Uruguaiana, compositor, músico e cantor. Sua ação artística tem o objetivo de fazer da música, do canto, um instrumento de resistência à tentativa de impor uma cultura cosmopolita, sem raízes, a todos os povos do mundo e ao nosso povo.

 

O Sr. Marcelo Danéris: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Raul Carrion, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, queria parabenizá-lo por este Projeto que concede o prêmio ao nosso compositor e músico João de Almeida Neto. Quero dizer, especialmente, este Vereador, que também é músico, que este é um prêmio importante para esse compositor, para este músico, que dignifica a história do nosso Estado e, também, dos músicos, como classe em geral. Parabéns pela iniciativa.

 

O SR. RAUL CARRION: Agradeço muito ao Ver. Marcelo Danéris e tenho certeza de que as demais Bancadas têm o mesmo sentimento.

João de Almeida Neto iniciou a sua carreira artística, com grande destaque, já na Tertúlia Musical Nativista de Santa Maria, onde, junto com o Luiz Felipe Delgado, sagrou-se vencedor com a canção intitulada “Tropeiro Cantor”; pouco depois, em Cruz Alta, na 1.ª Coxilha Musical Nativista, junto com José Luiz Vilella, com a milonga “Meu Canto”, obtendo premiação; novamente venceu a Tertúlia, com a música “Nova Trilha”, dele e de Nilo Bairros de Brum. Em 1997, Ver. Pedro Américo Leal, recebeu da Secretaria Estadual de Cultura e do Instituto Estadual de Música o Troféu Vitória, por melhor cantor do ano. Atuou longos anos no Pulperia Bar e Restaurante Temático Gauchesco...

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O Ver. João Bosco Vaz dizia que ele é gremista, e eu digo que ninguém é perfeito, mas isso não é demérito. Nós sabemos que essas coisas acontecem. Um homem atento à vida política e tudo mais.

Para concluir, eu gostaria de citar algumas palavras dele de muita profundidade, Ver. Juberlei Bacelo, e que coloco na minha Exposição de Motivos. Palavras de João de Almeida Neto: “Não comungo dessa inteligência moderna, que dita unidade e padronização cultural. Mormente porque a cultura escolhida para ser o padrão é a deles, não a nossa. Vale dizer que essa investida dos colonizadores culturais não é novidade na história da humanidade. O pioneirismo talvez se deva creditar à Roma. Júlio César, depois Napoleão e, mais recentemente, Hitler que tentaram impor seus modelos ao mundo. E, sem exceção, sucumbiram ante os povos que pretenderam subjugar, mas que gostavam de adorar seus próprios deuses, falar sua própria língua, comer sua própria comida e ouvir sua própria música. Tenho comigo que tal pensamento unímodo não tem diretrizes culturais nem ideológicas, mas econômicas. Baseia-se no conceito de que o mundo é um grande supermercado, onde homens, desprovidos de sentimentos, caráter ou personalidade, são meros consumidores. Podemos concluir que movimentos dessa natureza” - e se refere aos movimentos nativistas, regionalistas – “revestem-se inclusive de certo caráter revolucionário, porquanto seja um foco de resistência à dominação intelectual e cultural.”

Eu queria concluir dizendo que esta Casa homenageia as mais variadas expressões culturais e musicais, como é o caso do nosso carnaval, Ver. Humberto Goulart, mas isso também deve ser feito com relação à nossa música regional, ao nosso canto nativista. Homenagear João de Almeida Neto, é homenagear um grande cantor que expressa com grande qualidade, e maestria a alma do nosso povo, o povo gaúcho. E, ao expressar a alma do nosso povo, expressa toda a humanidade. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Ver.ª Helena Bonumá solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares na data de hoje. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o pedido de licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Registramos as declarações dos Suplentes: Darci Campani, José Valdir e Berna Menezes, informando seus impedimentos em assumir a vereança no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de licença da Ver.ª Helena Bonumá, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Tenho andado afastado desta tribuna, por problema referente às operações nas minhas vistas que têm-me colocado em silêncio neste Plenário. Mas tenho acompanhado, de minha casa, o que se dá em todo o Estado e no território nacional. Estou estarrecido com o que está sendo feito pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra! Eu esperava que o PT estivesse aqui em massa. Hoje o PT desertou, está foragido! Não sei o que ocorre! Já avisei ao Líder do PT, por telefone, que faria este pronunciamento, porque desejo, quero respostas.

Qual é a legitimidade do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra? Qual é a personalidade jurídica que têm para ter tamanho topete, tamanha petulância para se inserir no meio de uma parada de 7 de Setembro, invadir terrenos aqui do lado, do Tribunal Regional Eleitoral, invadir a CONAB? O que esse aglomerado, esse contingente de 17 acampamentos, neste Estado, pensa que é? Eu não sei! Eu não sei o que o Governo Federal está esperando. Que apoio jurídico tem o Movimento? Quem são seus chefes? Não digo os seus chefes operacionais, esses eu conheço, há até deputados especializados em Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, mas quais são os seus chefes intelectuais? Onde estão escondidos? De que departamentos comandam toda essa massa de gente? Existe um Plano Nacional de Reforma Agrária! Existe um Ministro! Existe o Plano Nacional de Reforma Agrária, por que estamos subordinados a um comando intermediário de certos indivíduos que se escalam? Eles se escalam como chefes dos acampamentos! O que faz o INCRA? Quem comanda os assentamentos?

 Eles têm comandos, basta dizer que, em Santana do Livramento, há as unidades do Exército que tradicionalmente fazem um apoio social...E eu já fiz isso como Capitão, Comandante de uma unidade, há quarenta anos, nessa época nem existia o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, nem existia PT, quanto mais o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, braço armado do PT? Eu já fazia assistência social; o Exército chega nessas vilas pobres, nesses colégios pobres e faz pinturas, ergue portas, armários, coisa que há quarenta e tantos anos nós fazemos! Pois eles, petulantemente, a semelhança de Marabá, colocaram promotores, homens do Ministério Público, do PT, para fazerem uma busca e apreensão e devassaram tudo, colocando documentos sigilosos ao sabor da opinião pública. Também estão fazendo essas incursões, disseram ao Comandante do Exército e ao Prefeito de Santana, que colonos não queriam, eles rejeitaram a assistência social! Mas quem são esses homens e mulheres, crianças?

Tenho colecionado jornais, tenho tido o trabalho de fazer isso. Crianças! Onde está o Estatuto da Criança e do Adolescente? Onde está o seu cumprimento? Aqui estão crianças. E essas fotos são de reportagens feitas pela Zero Hora e pelo Correio do Povo. Há quarenta, cinqüenta, setenta crianças! Só há crianças! Estão engajadas na busca de cestas básicas. Eles fazem o que querem no País. Mas onde está o Governo Federal? São patetas! São patetas! E só pateta faz esse papel! São patetas! Repito: são patetas! Não sei o que mais vai ocorrer. Onde eles vão chegar, onde eles querem chegar! Cada vez mais lhes crescem o topete e as unhas! Ficam mais audaciosos, mais petulantes, e já mataram o Pedro! Mandaram o Pedro sair de dentro de casa, no dia 7 de setembro. “Sai Pedro!” E o Pedro saiu, coitado; quando chegou na porta da casa, mataram o Pedro.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Para concluir, Vereador.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Era Pedro o nome dele. Tudo isso, sabem por quê? Porque o Pedro tinha tido audácia de contrariar o comando deles. Mas quem são eles para comandar alguma coisa?! Mataram! Mataram porque o Pedro trocou o assentamento dele com outro, ou comprou o assentamento de outro! Mas onde é que esses homens vão parar? Onde é que está o Governo Federal? Pateta!

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereador, o seu tempo já terminou.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: O PT está pedindo que V. Ex.ª aja assim?

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia ): Não! É que já terminou o seu tempo.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Apesar de fraco, como ele está, hoje despido não sei por que, está foragido do Plenário...

 

(Som cortado conforme determinação da presidência dos trabalhos.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Apregoamos a Emenda nº 03 de Liderança, aposta ao PLE nº 005/01, de autoria do Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. vereadores, eu queria, neste tempo da Bancada do PC do B, referir primeiro duas importantes reuniões que tive a oportunidade de acompanhar na noite de ontem, de grande interesse da comunidade de Porto Alegre. A primeira foi a realização da Assembléia Geral dos Moradores do Centro de Porto Alegre, realizada no Hotel Conceição, na Av. Salgado Filho, para tratar exatamente de um problema sério, grave, que se arrasta há muitos anos, que é a questão dos terminais da Av. Salgado Filho e da Av. Borges de Medeiros. Problema que trouxemos inúmeras vezes para esta Casa e que o Orçamento Participativo tem debatido exaustivamente. Inclusive no ano passado - ocasião eu não era Vereador - quando fui delegado do Orçamento Participativo, nós conquistamos, junto com outros delegados, uma verba para a elaboração de um Projeto para solucionar esse problema.

No dia de ontem, o Secretário dos Transportes e também Presidente da EPTC nos apresentou a pesquisa realizada pela EPTC, nesses dois terminais, para identificar origem e destino dos passageiros para, a partir daí, encontrarmos uma solução. Pesquisa bastante séria, importante, que todos elogiaram; depois a comunidade colocou as suas reivindicações e a solicitação de uma nova reunião, dentro em breve, quando a Secretaria deverá apresentar uma proposta.

Mas, de partida, a comunidade deixou claro que a sua preocupação não é tirar algumas das oitenta e cinco linhas que existem na Av. Salgado Filho, e que transformaram a Salgado Filho na área mais poluída da Cidade, pois a Avenida é "encaixotada" entre os altos edifícios.

Ficou claro que a comunidade pretende que acabe essa concentração, e que os terminais sejam descentralizados, em diversos pontos da cidade que existem; áreas possíveis para a localização dos ônibus, como a própria Perimetral, a Praça Argentina, a Av. Mauá; e inúmeros outros locais disponíveis para colocar essas linhas, mantendo, talvez, uma ou duas linhas circulares, com veículos especiais, não-poluentes; fala-se em veículos movidos a eletricidade e assim por diante.

Creio que foi uma reunião muito produtiva, importante, e saímos todos acredito - e eu sou o Presidente do Conselho Deliberativo da Associação dos Moradores do Centro - bastante satisfeitos. Estava representado também o Ver. João Carlos Nedel, através de um assessor seu.

Uma outra reunião que acompanhamos, no dia de ontem, foi no Salão Paroquial da Igreja São Geraldo, para tratar de uma grave questão, que também é um problema antigo. Dizia a Irmã Angélica Konzen, que estava lá dirigindo os trabalhos, que esperava que, depois de noventa anos, a curto prazo encontrássemos uma solução. E, para ela, curto prazo, são alguns anos. Ela mesma tem consciência de que o problema não é de hoje. Nessa reunião, estiveram presentes diversos Vereadores da Casa, que não vou nomear, porque o tempo se escoa, e debateu-se sobre como enfrentar o problema dos alagamentos do 4º Distrito.

Tivemos a oportunidade de expor a opinião da Bancada do P C do B, de que este problema tem de ser solucionado, mas não é de fácil solução; entendemos que não será solucionado unicamente através de reivindicações no Orçamento Participativo. Por quê? Porque é uma obra que envolve cerca de 27 milhões de reais para uma solução definitiva. Isso seria quase a quarta parte dos investimentos do Município ou um pouco menos. É o tipo de obra que tem um caráter institucional e tem de ser trabalhada com a própria Administração, e negociada com ela, e vir - não como uma mera demanda de tal ou qual comunidade - mas como um pleito institucional.

Para concluir, quero dizer que propusemos, e todos os Vereadores presentes concordaram, realizar uma reunião na CUTHAB - que é a Comissão que trata do urbanismo - com a participação dos órgãos mais afetos ao caso: GAPLAN e SECAR, para a busca de recursos, e o DEP. Creio que houve um encaminhamento bastante positivo, que retira a discussão meramente da crítica aos problemas, mas que o encaminha para uma solução. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Sr.as e Srs. Vereadores, temos, hoje, o comparecimento do Dr. Sérgio Pinto Machado, Presidente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, bem como representantes do corpo médico e funcional, para a comemoração do transcurso do 30º aniversário de atividades dessa Instituição. Esta Casa sente-se muito honrada em promover este ato solene.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em nome da Mesa e dos trinta e três Vereadores, nós convidamos o Ver. Isaac Ainhorn, proponente desta homenagem, que falará em nome da Casa.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, Dr. Sérgio Pinto Machado, Presidente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, e demais presentes, médicos e funcionários.

Expressando o sentimento desta Casa, nós, na realidade, expressamos também o sentimento da Cidade de Porto Alegre. Para nós, gaúchos, porto-alegrenses, termos, em Porto Alegre, essa instituição exemplar de assistência médica de pesquisa e investigação científica que é o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, constitui-se em um orgulho para qualquer capital ou grande cidade do mundo. Orgulhamo-nos de que Porto Alegre seja a sede dessa instituição exemplar que hoje esta Casa comemora o 30º aniversário de seu funcionamento.

Eu dizia, há pouco, ao Presidente do Hospital das Clínicas, Sr. Sérgio Pinto Machado, e ao Ver. Reginaldo Pujol - quando nos encontrávamos no Salão Nobre - que o Hospital das Clínicas se constitui numa verdadeira unanimidade de pensamento político na história do Rio Grande do Sul, porque o seu funcionamento se dá a partir de 1971, mas a sua história remonta à década de 30, ela tem suas raízes na trajetória importante da vida política e institucional desta Nação. Na década de 30, em 1932, o então Presidente Getúlio Vargas federaliza a Universidade do Rio Grande do Sul. E o mesmo decreto autoriza a construção dessa instituição hospitalar.

A história do Hospital das Clínicas se confunde com a própria história da nossa Universidade Federal. Eu dizia que é uma verdadeira unanimidade e que por ela passaram, no seu trabalho, na consecução da realização dos seus objetivos, todos os governos. E nenhum deixou de dar a sua contribuição, a sua colaboração na construção dessa importante instituição.

Registro estes fatos porque, posteriormente, na década de 50, a idéia do Hospital das Clínicas foi retomada. O Velho Campo de Pólo, na Av. Protásio Alves, no chamado Caminho do Meio, foi a área escolhida para o erguimento da instituição.

Recordo-me, ainda menino, ali no Bairro Bom Fim, de ver o lento processo de construção desta instituição, do hospital, e sempre - Porto Alegre e o Rio Grande - na expectativa de vê-lo finalmente funcionando. Isso foi acontecer em 1971, por ocasião do governo do Gen. Emílio Médici. Por isso, eu falava que ele passou consensualmente por todas as correntes de pensamento e aqui registro uma frase importante do saudoso Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Ministro da Saúde do Governo João Goulart, Eliseu Paglioli, que em proféticas palavras assim se manifestou sobre essa Instituição. “Dessa grande cruz que se ergue no campo do pólo para ensinar, pesquisar e aliviar o sofrimento de nossos patrícios, um pedaço dela nos pertence. Oxalá, possamos em breve sentir as emoções do seu ato inaugural, prece sonhada que o destino não quis que realizássemos no nosso reitorado.” Essas foram as proféticas palavras dessa figura extraordinária e singular da medicina rio-grandense e da educação rio-grandense brasileira, Eliseu Paglioli.

Hoje, também, nessas referências, nesta homenagem aos trinta anos dessa instituição que orgulha a todos nós, Dr. Sérgio, é importante a referência a Eduardo Z. Faraco, responsável pela idéia extraordinária da construção jurídica que viabilizou essa Instituição nos patamares que se encontra: uma das instituições estatais mais importantes no conceito das empresas brasileiras. Empresa pública de direito privado e os dados e as referências do último ano da Instituição revelam, Ver. Humberto Goulart, V. Ex.ª que é uma representação oriunda da Medicina aqui na Casa, e V. Ex.ª, assim como o conjunto dos meus pares, podem avaliar a importância dos números para a Medicina nos dias atuais. Registro atendimento prestado nas mais variadas áreas de atuação, sob a gestão do Dr. Sérgio Machado, o volume de serviços prestados apenas a título exemplificativo para caracterizar a importância dessa Instituição. No ano de 2000, ela proporcionou 550 mil e 544 consultas; 29 mil e 561 cirurgias; 27 mil e 438 internações hospitalares; 2 milhões, 44 mil e 297 exames; 4 mil e 153 partos e 163 transplantes. Esses são tão-somente os números do ano de 2000, do ano que passou, numa época que identificamos como uma das épocas mais críticas dos serviços de saúde. E há uma maneira de a comunidade se referir no reconhecimento àquilo que já levou essa instituição à condição de Top Of Mind de instituição hospitalar, de reconhecimento de qualidade, seja em nível do Governo Federal ou seja em nível da opinião pública, quando se afirma que o problema é o paciente conseguir entrar, seja em que estado for, dentro do hospital, porque, depois que ele entra a sua condição e a sua possibilidade de salvamento, de atendimento pleno com dedicação do conjunto dos seus médicos e seu corpo de funcionários é de uma competência que faz com que seja uma referência nacional e internacional, do ponto de vista de atendimento à saúde, mesmo considerando as dificuldades que se possui em relação ao Sistema Único de Saúde.

Por esses motivos, nos sentimos realizados em resgatar um pouco da história dessa Instituição, que merece o reconhecimento e os aplausos da sociedade rio-grandense e da sociedade porto-alegrense. E, hoje, Dr. Sérgio Pinto Machado, a representação política da Cidade de Porto Alegre presta, através de seus Vereadores, o reconhecimento a essa extraordinária instituição que V. Ex.ª preside. Saudações ao senhor, ao corpo de médicos e ao corpo de funcionários. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos registrar, como extensão de Mesa, a presença da Dr.ª Themis Reverbel da Silveira, Coordenadora de Equipe de Pesquisa do Hospital; do Dr. Carlos Alberto Macedo, Vice-Presidente Médico e da Dr.ª Maria da Graça Crosetti, Coordenadora do Grupo de Enfermagem.

O Dr. Sérgio Pinto Machado, representando o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, está com a palavra.

 

O SR. SÉRGIO PINTO MACHADO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Com muita honra e satisfação faço uso da palavra, neste momento, para, desde logo, agradecer em meu nome pessoal e em nome de todos os funcionários, diretores, responsáveis pela nossa instituição, e, ousaria dizer, em nome de todos os que nesses 70 anos construíram a pré-história e a história do nosso Hospital de Clínicas.

O Ver. Isaac Ainhorn fez uma síntese perfeita da nossa história antes da inauguração, em 1971, onde do ponto de vista universitário a mim me pareceu perfeita no sentido de lembrar dois reitores que tiveram uma importância fundamental na constituição do nosso Hospital: o Prof. Paglioli, que conseguiu a concretude da obra no seu reitorado, de forma que ela não pudesse mais voltar atrás – porque, na sua história, ou o que eu disse no bom sentido, na sua pré-história, o Hospital teve idas e vindas na sua construção. A partir do reitorado do Professor Paglioli, as coisas tomaram um rumo irreversível. E, no reitorado do Prof. Eduardo Faraco - também um dos orgulhos da medicina gaúcha e brasileira - o Hospital passou a funcionar realmente. Ele conseguiu constituí-lo de uma forma única no ramo hospitalar, como empresa pública de direito privado, o único Hospital Universitário Brasileiro, criado por uma lei específica do Congresso Nacional, dentro de uma concepção moderna - na época inovadora - e que, sem dúvida, se constituiu num dos fatores de sucesso da nossa Instituição.

O outro fator, sem dúvida, também, eu atribuo à nossa condição de Hospital Universitário. A condição acadêmica tem sido um grande diferencial. E, assim como, de certa forma e em linhas gerais, lembrou o Ver. Isaac Ainhorn, ao longo do tempo o Hospital vem prestando relevantes serviços dentro da sua missão de assistência, de ensino e de pesquisa. Estes bons serviços têm-se manifestado em nível nacional, regional e local, numa série de distinções. Algumas foram lembradas. O Hospital é o único hospital brasileiro público que detém o Prêmio Nacional de Qualidade de Administração Pública. É o hospital detentor do Prêmio de Qualidade Hospitalar através de uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, entre 110 mil usuários do SUS. É - das cinco edições do Prêmio Hélio Beltrão, que premia atividades inovadoras na administração pública - detentor de três títulos, e, bem recentemente - para ser o mais preciso, exatamente há uma semana - o Hospital foi reconhecido pelo órgão nacional de acreditação como o único hospital do Rio Grande do Sul credenciado, o primeiro hospital universitário brasileiro a ter tal título, e o primeiro hospital de grande porte a ter tal título.

Mas todas estas manifestações se, por um lado, nos enchem de orgulho e nos aumentam a responsabilidade, elas não se comparam às manifestações da nossa gente, da nossa casa, da nossa Cidade. O Ver. Isaac Ainhorn lembrou uma, que é o Top of Mind, que, na verdade, são duas. Houve duas edições desta pesquisa em termos de hospital e, nas duas, para o nosso orgulho, o Hospital de Clínicas foi o mais lembrado pela população de Porto Alegre.

Nós nos consideramos um patrimônio público, mas, sobretudo, nos consideramos um patrimônio da Cidade de Porto Alegre. Nós atendemos 91% das nossas internações para pacientes do Sistema Único de Saúde. O Percentual de 99% das nossas consultas - e os números, V. Ex.as conheceram, não são pequenos - são destinados a pacientes do SUS.

Uma homenagem da Câmara de Vereadores é uma homenagem da Cidade de Porto Alegre e, para nós, é a maior e a melhor das homenagens. Este mês de setembro tem sido um mês de várias comemorações e manifestações em torno dos 30 anos do Hospital. Mas esta, que, aqui e agora, estamos vivendo, para nós, tem um sentido absolutamente especial e particular. Nós somos um bem público, sobretudo da Cidade de Porto Alegre. E, como somos também, sem dúvida, um sustentáculo do Sistema Único de Saúde em nossa Cidade - que tem a assistência do Sistema Único municipalizada, em Porto Alegre - nós valorizamos muito este momento, porque estando com a municipalização da assistência do SUS em Porto Alegre, nós estamos prestando serviços fundamentalmente ao gestor municipal. E, nesse sentido, falarmos, aqui, na Câmara de Vereadores, é também uma oportunidade de mostrar os nossos serviços, as nossas intenções e, sobretudo esperar e contar com a colaboração dos Vereadores da nossa Cidade, no sentido de que nós continuemos sendo o que tem sido um referencial público de alta confiabilidade em saúde.

Eu agradeço por esta oportunidade, especialmente ao Ver. Isaac Ainhorn, que teve a idéia de nos proporcionar este momento, e, certamente, a todos os outros Vereadores. Penso que todos nós, todos os porto-alegrenses, naturais e por adoção, e todos os preocupados com a saúde do nosso povo e do povo brasileiro, estamos de parabéns por esses 30 anos do nosso Hospital de Clínicas. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Obrigado, Dr. Sérgio. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para falar em nome do seu Partido, o PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Dr. Sérgio Pinto Machado, tão-somente para enaltecer a sensibilidade do Ver. Isaac Ainhorn, que diligenciou para que a Casa do Povo de Porto Alegre não deixasse passar sem registro os 30 anos da história do nosso Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o qual, como muito bem disse o Dr. Sérgio, tem uma história mais longa ainda com a sua pré-história, por assim dizer, quando já começava a lançar as bases desse serviço público exemplar que, ao longo desses 30 anos, a Cidade de Porto Alegre tem recebido do Hospital de Clínicas, do seu corpo médico, do seu corpo técnico e do seu corpo administrativo.

Então, não podia o Partido da Frente Liberal se omitir nesta hora de fazer uma manifestação de absoluta concordância com os atos modestos que esta Casa realiza no dia de hoje para com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Esta seria uma das tantas situações em que esta Casa teria de parar por inteiro, e numa Sessão Solene, com todas as pompas ajustadas e necessárias, laudar e proclamar esse trabalho.

Eu disse, há pouco tempo, a V. Ex.ª, Dr. Sérgio - quando o recebi, em nome do Presidente, no Salão Nobre da Casa - que o Hospital de Clínicas de Porto Alegre faz com que tenhamos uma situação, aqui, na Capital do Rio Grande, deveríamos até esconder, de certa forma, esse fato, tamanho é o privilégio que nós, porto-alegrenses, dispomos de ter uma instituição hospitalar com essa qualidade de serviço que os senhores oferecem para nossa Cidade. Nesse particular, Porto Alegre tem essa situação sui generis, de gozar desse privilégio de ter esta instituição.

Quero que o Senhor leve a todos os seus colegas, aqueles que estão aqui presentes no dia de hoje e aqueles que aqui não estão e nem poderiam estar, porque senão pararia o serviço da Instituição; leve a todos o nosso reconhecimento. Reconhecimento por esse trabalho, pela abnegação, pela dedicação e, sobretudo, pela qualidade, pela eficiência. Porque quando se fala em qualificar o serviço público, muitas vezes olvidamos que nada qualifica mais o serviço público do que a vontade do servidor público de prestar seus serviços de forma adequada, qualificada. E lá, no Hospital de Clínicas, felizmente, os exemplos são enormes e cotidianos. Meus cumprimentos e as nossas homenagens. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Dr. Sérgio Pinto Machado, eu o ouvi confidenciando ao Ruy Carlos Ostermann que transitam no hospital 15 mil pessoas por dia. Como sou um homem de efetivos, fiquei impressionado. Tanta gente! Um colossal hospital que vi nascer, palmilhando aquele campo. Talvez V. Ex.ª não saiba, ali era um campo de pólo. Ali fazíamos ginástica. As escolas preparatórias e o Exército faziam ginástica ali, lá pelo ano de 1944.

Mas esse hospital o que é? Eu, como Presidente da Comissão de Saúde, lhe dou meus parabéns. É um hospital de combate. Estive fazendo um levantamento, ele atende a 60 especialidades. No ano de 2000 realizou 550.444 consultas; 2 milhões e 4 mil e 297 exames; 29 mil 561 cirurgias; 4 mil 159 partos, onde o Dr. Humberto Goulart deve ter dado a sua contribuição. E tem milhares de internações, 368 transplantes. Ora, trabalhando só com o SUS, e estou na Comissão há 8 anos, tenho as minhas restrições vamos levá-las a Brasília para ajudar, não para criticar. Eu respeito esse movimento que surgiu no Brasil e que foi criado pelo regime militar, bem como o Hospital de Clínicas teve a assinatura do velho e querido amigo Emílio Garrastazu Médici. Isso eu não posso esquecer! Mas com onze especializações, onze de mestrado e dez de doutorado; com 722 leitos, 3.763 funcionários, 243 professores em Medicina, 20 professores de Enfermagem. Eu trouxe a minha filha que foi a primeira enfermeira a integrar o regime hospitalar em 1972 - está aqui na Comissão de Saúde e está trabalhando - trouxe, porque precisava da sua ajuda.

Eu lhe dou os meus parabéns. O senhor está à frente de uma missão importantíssima, grande parcela da população brasileira precisa e grande parcela gaúcha necessita que V. S.ª se aplique. E não deve ser brincadeira atender a tantos casos, tantos problemas, diariamente, com 15 mil pessoas transitando. Impressionou-me a sua declaração que foi feita ao Ruy Carlos Ostermann, meu colega de Assembléia, que essa entidade atendia 15 mil pessoas, ou seja, o efetivo de municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Prossiga na missão, é o que eu lhe desejo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ex.mo Dr. Sérgio Pinto Machado, Presidente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; e em seu nome homenageio os mais de quatro mil funcionários, professores e médicos que prestam serviço nessa grande instituição de saúde. Não seria preciso colocar mais nenhum dado para dizer da importância do Hospital de Clínicas, mas complementaria no sentido de mostrar que também é uma grande escola. Lá temos, pelas informações, 1.400 alunos de oito cursos da UFRGS; residência médica; pós-graduação; curso de especialização (dez cursos); mestrado (onze cursos); doutorado (dez cursos); e, ainda, escola técnica de enfermagem, escola de saúde e assim por diante. Portanto, não só é um grande Hospital prestador de serviços e essencialmente do SUS - como V. S.ª colocou - como é uma grande escola e as duas atividades se complementam.

Eu queria chamar atenção que em tempos de "fundamentalismo de mercado"; em tempos em que a saúde é transformada em mercadoria, onde se procura desmoralizar tudo o que é público, ou privatizar, o Hospital de Clínicas é o exemplo concreto, é a comprovação na prática, de que o que é público pode dar certo; dá certo e contribui para a nossa sociedade. Esse é um grande ensinamento - principalmente na área da saúde, onde vemos prosperar verdadeiras "arapucas" e planos de saúde privados, não digo todos, nos quais quando o paciente necessita, realmente, de assistência médica, é informado que não tem direito, e assim por diante - comprovando a importância do SUS, comprovando a importância da saúde pública e a importância do nosso grande Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Uma grande saudação da Bancada do PC do B, o Partido Comunista do Brasil. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, Sr. Presidente do Hospital de Clínicas, Dr. Sérgio Pinto Machado, Ver. Isaac Ainhorn, proponente desta homenagem. O Hospital de Clínicas é um dos vinte e dois hospitais que atende pelo SUS em Porto Alegre. Sem dúvida nenhuma o seu quadro funcional de 3.800 servidores está de parabéns juntamente com a Direção, não só porque são trinta anos de serviços prestados à comunidade, mas acima de tudo, porque nesse período tem um processo de muita luta para poder defender esses serviços de qualidade gratuita.

Estive presente na cerimônia de abertura onde o Vice-Presidente Marcos Maciel estava presente, e deu para perceber o prestígio que tem o Hospital de Clínicas, não só porque a Direção valoriza seus servidores, até contribuindo na negociação, por exemplo, de um acordo de dissídio coletivo, como também agora se solidarizando aos mais de 300 servidores que passam por dificuldades com relação à política salarial do Governo Federal. É nesse sentido que queremos valorizar essa grande instituição, que ao longo de sua história, contribuiu com o Estado e com o País, no sentido de dar a possibilidade de novos serviços como, por exemplo, a inauguração recente do serviço de radioterapia, a questão dos transplantes, que nos lembra muito bem a nossa funcionária Sandra, que fez transplante recentemente e que hoje está aqui trabalhando conosco. É nesse sentido que queremos, sim, apoiar essa instituição, e dizer parabéns a todos os servidores e a V. Ex.ª, que hoje aqui comemoram os 30 anos dessa Instituição. Que continuemos comemorando esses serviços prestados à comunidade. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Humberto Goulart está com a palavra e falará em nome do PDT.

 

O SR. HUMBERTO GOULART: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, Dr. Sérgio Pinto Machado, Profª. Themis Reverbel, meu querido amigo e colega de turma, Bernardo Leão Spiro, quero relembrar ainda os grandes cirurgiões que temos, nas figuras do Dr. Alceu Migliavacca e Dr. José Guimarães. Quero dizer que é verdade, Coronel, que eu fiz parte dessa história, junto com Carlos Henrique Ferreira, hoje em Encruzilhada do Sul. Fomos os primeiros residentes da ginecologia do Hospital de Clínicas, no ano de 1972. Começamos naquele programa de ensino; fomos pioneiros, então. Os dois primeiros que saíam da Santa Casa e para lá iam, aceitando, com muito carinho, os grandes ensinamentos do Professor Henrique Mencke e do Professor Waldemar Rivoaire, que nos encaminharam na prevenção e no tratamento do câncer da mulher, que desempenhamos até hoje no Hospital Fêmina. É bem verdade que tenho de cumprimentar, com carinho, os 30 anos e todos esses últimos anos do Hospital, não só pela sua assistência, a mais, de 90% do SUS, mas por ser um puxador da pesquisa no nosso meio. Junto com o Grupo Hospitalar Conceição, forma o verdadeiro baluarte da saúde no Sul do País e principalmente no nosso Estado. Mas tenho de dizer também que a despeito de ter esses grandes serviços, a saúde não vai tão bem na nossa Cidade. Não vai tão bem! Se a mortalidade infantil está controlada, eu tenho que, neste momento solene em que todos prestam atenção, dizer que o índice de amputação de membros inferiores nesta Cidade beira os 68% na primeira consulta que se vai a um cirurgião vascular. Sessenta e oito por cento são as amputações, segundo o Professor Tessler, e eu já vou concluir -, demonstrando que o atendimento das especialidades, o atendimento secundário em arteriosclerose e diabetes não estão controlados, a despeito dos 92% de atendimento no Hospital de Clínicas.

Quero dizer que isso preocupa e que temos, cada vez mais, que nos engajar pelo SUS. É bem verdade que é um exemplo de saúde pública, mas o que me deixa triste é que é um exemplo de saúde pública de direito privado. Por que os hospitais totalmente públicos - como outros, que vão muito mal e que não vou dizer os nomes aqui - não funcionam, por serem do Governo, por serem públicos, do mesmo jeito que um hospital público de direito privado? Os hospitais públicos teriam que ir de arremedo nesses monumentos que são o Hospital de Clínicas e o Grupo Hospitalar Conceição. Peço que prestem atenção no que estou dizendo: o que é público tem de ser divino, porque o que é público é verdadeiramente do povo, e os salários são todos diferentes, e os encaminhamentos são diferentes, e as chances são diferentes nos hospitais totalmente públicos. Eu não poderia, neste momento, me omitir de fazer esta delação.

Parabéns, professor, por atender o SUS na sua Instituição, que é diferente do SUS totalmente público, mas é bela, é linda, longa vida para a Instituição, porque é uma das nossas salvações, quando o verdadeiro SUS é abandonado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Paulo Brum está com a palavra, pelo PSDB.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhores e senhoras, em nome da Bancada do PSDB quero-me somar à proposição do Ver. Isaac Ainhorn, que parabeniza o nosso querido Hospital de Clínicas pelos seus 30 anos de fundação. Queremos saudar e cumprimentar o Dr. Sérgio Pinto Machado, Presidente desta Instituição e, ao cumprimentá-lo, cumprimentamos também a todo o corpo funcional, os seus médicos, professores, técnicos em enfermagem, enfermeiros, os seus funcionários de modo geral. Quero dizer que o Hospital de Clínicas não é somente uma referência para o Estado, mas é uma referência para o País, quanto ao atendimento das pessoas necessitadas.

Quero fazer dois registros, em especial ao atendimento das crianças vitimadas pelo câncer infantil, pela excelência do trabalho que, sem sombra de dúvida, tem muito contribuído com a qualidade de vida das nossas crianças. O registro que faço com maior ênfase é, sem sombra de dúvida, sobre o setor de excelência do Hospital de Clínicas quanto ao atendimento das pessoas portadoras de deficiência física, em especial na área de ortopedia, traumatologia, fisioterapia e cirurgia plástica. Nós somos testemunhas desse belo atendimento, dessa excelência que o Hospital de Clínicas presta à comunidade gaúcha.

Por tudo isso e por tudo o que já foi dito pelos Srs. Vereadores, nós queremos cumprimentar o Hospital de Clínicas, desejando-lhe vida longa na excelência do trabalho prestado aos munícipes e ao Estado do Rio Grande do Sul. Parabéns, Dr. Sérgio. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Dr. Sérgio Pinto Machado, para mim é uma satisfação participar desta homenagem. Vou lhe confessar que das cinco operações que fiz quatro foram no Hospital de Clínicas e um dos meus filhos nasceu nesse Hospital. É, portanto, uma satisfação enorme poder homenagear o aniversário do Hospital de Clínicas.

Aproveito a oportunidade, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, em meu nome e no do Ver. Elói Guimarães para parabenizar o corpo de funcionários, e através do Dr. Marczyk, um dos maiores especialistas do mundo, homenagear os médicos desse Hospital. Estou com problemas no joelho, de novo, e se tiver de operá-lo volto ao Hospital de Clínicas, porque este Hospital é uma tranqüilidade para a nossa comunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Caro Dr. Sérgio Pinto Machado e demais membros do Hospital de Clínicas, esta Casa, hoje, pode fazer um grande ato: o reconhecimento público da Cidade de Porto Alegre por esse Hospital que, pelas palavras aqui ditas, transcende; ele é muito mais do que um Hospital. É o lugar, na sua excelência, de formação. Quando falamos em formação, sabemos que ele cuida como ninguém do tripé: ensino, pesquisa e extensão. Ele cuida desde o ensino médio até o ensino superior, com todas as suas especializações, buscando, cada vez mais, o aperfeiçoamento. E é por isso que esse atendimento do SUS é um atendimento diferenciado, porque lá o cidadão é visto, na sua excelência, como alguém que vai buscar um serviço de alta qualidade.

Por isso, Sr. Presidente do Hospital de Clínicas, receba, em nome desta Casa, os nossos agradecimentos, bem como o agradecimento em nome da Cidade de Porto Alegre, e desejamos que, cada vez mais, o Hospital de Clínicas possa ter esse reconhecimento público, não só de Porto Alegre, mas de todo o Estado, e do Brasil.

Parabéns a todos os senhores e as senhoras e continuem na excelência de seu trabalho. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia - às 16h03min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Paulo Brum está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do PSDB, quero fazer um registro e uma saudação muito especial. Eu quero saudar a minha amiga Terezinha Isabel Souto Rocha, que está aqui presente, a nossa heroína, uma senhora que faz da sua luta, do seu dia-a-dia, uma prova de eficiência. Não somos deficientes. D. Terezinha não é uma deficiente, mas sim uma senhora que, nos seus 65 anos de idade, poderia muito bem estar sentada na sua cadeira de balanço fazendo o seu crochê. Não! Ela levanta e com seu grito, com seu brado, transforma aquilo que poderia ser, em muitos casos, uma desgraça, em um exemplo de força, de coragem e de vontade de viver.

Pois bem, a D. Terezinha encontrou no esporte uma maneira de mostrar que ela está viva e querendo também transformar este nosso mundo. Por causa do esporte, D. Terezinha viaja, não só pelos Estados do Brasil, mas também por outros países. Nos dias 18 e 19 de setembro, D. Terezinha participou do II Torneio Ibero-Americano de Tênis de Mesa, na Cidade de La Coruña, na Espanha. De lá, a D. Terezinha trouxe uma medalha de ouro. Sim, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uma medalha de ouro por se ter tornado campeã do Torneio Ibero-Americano de Tênis de Mesa na Cidade de La Coruña na Espanha. Para nós é um registro que fazemos com muita hora, com muito orgulho dessa brava companheira que faz da sua vida um motivo de luta, de força e de esperança. D. Terezinha também participou nos dias 20, 21 e 22 setembro do II Internacional de Tênis de Mesa, também em La Coruña, organizado pela Associação Pró-Internacional de Tênis de Mesa para os minus validus físicos de La Coruña. O Brasil participou ganhando 28 medalhas de ouro, Srs. Vereadores, prata e bronze, patrocinados pelo Ministério do Esporte e Turismo.

Queremos destacar que o Rio Grande participou com três componentes e que não receberam um centavo sequer do nosso Estado para representarem o Estado do Rio Grande do Sul em Tênis de Mesa, em cadeiras de rodas, lá na Espanha.

Queremos registrar que a nossa atleta Teresinha Isabel de Souto Rocha, que é integrante da Federação Rio-Grandense de Entidades de Pessoas de Deficientes Físicas, também faz parte da Federação Gaúcha de Tênis de Mesa Adaptado.

A Dona Terezinha, com o auxílio de alguns Vereadores, com o nosso auxílio e com a patrocínio da firma Forjas Taurus - queremos destacar aqui e parabenizar e saudar as Forjas Taurus - que patrocinou a ida da D. Terezinha até a Espanha e queremos dizer que não foi em vão.

Por isso esse registro dessa medalha de ouro da nossa brava e destemida companheira que está aqui lutando na sua cadeira de rodas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Esta presidência é testemunha do trabalho, ao longo dos anos, que a Terezinha tem feito e dos títulos que ela tem conquistado. Mais uma vez, um título Ibero-Americano de Tênis de Mesa na Cidade de La Coruña, é motivo de orgulho para todos nós, porto-alegrenses. Parabéns.

O Sr. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inicialmente quero afirmar que vou, na sexta-feira, no meu período de Comunicações, fazer jus à lealdade com que o Ver. Pedro Américo Leal me antecipou, que hoje faria um pronunciamento forte contra um setor da sociedade que queremos representar aqui. Mas hoje vou-me ater a um outro assunto, Vereador. Pela lealdade da sua postura, vou, da mesma forma, fazer, na sexta-feira, já lendo as cópias taquigráficas do seu pronunciamento. Estaremos aqui para ouvi-lo e retrucá-lo também.

Eu quero anunciar a esta Casa que estamos, em nome da nossa Bancada, do Partido dos Trabalhadores, consultada também a Bancada do Partido Comunista do Brasil e a Bancada do Partido Socialista Brasileira, PSB, portanto, um documento firmado com onze assinaturas, dirigido ao Ex.mo Presidente desta Casa, Ver. Fernando Záchia, neste momento, em representação, com base no art. 58 e 3º da Constituição Federal e no art. 59 da Lei Orgânica do Município, Lei Federal nº 1.579/52 e o art. 66 a 71 do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, com a Resolução nº 1.178/92, estamos requerendo que seja deferida a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito para, nos prazos regimentais de 60 dias, prorrogáveis 30 dias, apurar e investigar os seguintes fatos, com os documentos que estamos anexando ao Requerimento. (Lê.)

“Primeiro fato: continuidade do comprometimento de recursos e do patrimônio do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre, sem garantias, buscados junto à empresa Niord S.A, de Buenos Aires, ferindo, entre outros, dispositivos da Lei Federal nº 8.429, de 2 de julho de 1992, visando a consecução de empréstimo internacional, mesmo após a sanção da Lei Complementar nº 466, de 6 de setembro de 2001, que dispõe sobre as regras de transição e modificação do Regime Previdenciário Próprio do Município de Porto Alegre conforme cópias de documentos que acompanham este Requerimento.” Este é o fato determinado numero um.

“Fato determinado número dois: incúria por parte da Direção Executiva do Montepio na guarda do patrimônio da entidade adquirido a partir de repasses dos funcionários que possibilitam, através de leilão, alienação de imóveis, inclusive em 2ª Praça, em face de penhora de processos judiciais e falta de pagamento de condenações, conforme cópia, em anexo, de Edital publicado no jornal Zero Hora, do dia 18 de setembro de 2001.”

A justificativa, senhores, está lastreada no fato de que temos a Lei Complementar nº 466, de 6 de setembro de 2001, que não só determinou o Regime Próprio de Previdência Pública de Porto Alegre, como estabeleceu a constituição de um Fundo de Previdência e constituiu também uma autarquia, a PREVIMPA, que deverá, na forma da lei, gerenciar em compartilhamento na gestão desta entidade com os funcionários públicos a previdência nos seus laços de pensão e naqueles benefícios de pensionistas e outros benefícios. Já, na primeira instalação da CPI de 2000, que findou por término da Legislatura, pronunciou-se bem a Desembargadora Maria José Sant’Anna, titular do 2º Juizado da 4ª Vara da Fazenda Pública, quando disse que esta Casa está competente para fazer a investigação de empresa de direito privado, quando nela tiver recursos públicos, e lá, estão recursos públicos que são os bens e patrimônios que são garantidores das pensões dos pensionistas que agora terão sua gerência feita pelo Município de Porto Alegre.

Anexei ao documento, Senhor Presidente, documento com a sentença nº 48/01, da 4ª Vara da Fazenda Pública, do 2º Juizado, em Mandado de Segurança impetrado pelo próprio presidente do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre, Sr. Luiz Carlos Mendelski, onde ele atentava contra a instalação da CPI e lá a Juíza, em magnífica sentença, diz o seguinte: “Se tem dinheiro público, é público, portanto não escapa da investigação desta Casa.”

Nós estamos, portanto, Sr. Presidente, anunciando e coletando, depois, com os demais Vereadores que queiram prestigiar esta CPI e que possam, aqui, apostar a sua assinatura para garantir que os patrimônios que estão, hoje, no Montepio não sejam dilapidados e que possam vir a constituir o Fundo da Autarquia que foi a vontade majoritária desta Casa e que vai ser transformada em lei total, após a apreciação dos Vetos que estão sendo apreciados e avaliados pelas Comissões Permanentes desta Casa.

Portanto, Sr. Presidente - forte na Lei Orgânica do Município, forte no Regimento da Casa, forte na Constituição Federal, no seu art. 58, nos termos da Lei, com base nos números que determinam a criação da CPI, garantia das minorias e no estabelecimento de fato determinado, com limite fixado, com fronteira, sem especulação – nós estamos propondo a esta Casa e esperamos, quando encaminharmos ao Sr. Presidente, Luiz Fernando Záchia, que nós tenhamos de pronto deferido para que possamos iniciar os trabalhos e preservar e proteger um patrimônio que é de todos os funcionários de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos apregoar a Emenda nº 03, de autoria do Ver. João Antonio Dib, aposta ao PLL nº 060/01.

O Ver. José Fortunati está com a palavra em Tempo Especial, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento.

 

O SR. JOSÉ FORTUNATI: Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, venho a esta tribuna para anunciar a esta Casa, primeiro, uma decisão já tomada há, aproximadamente, quinze dias, de me afastar do Partido dos Trabalhadores. Partido a que fiz parte durante vinte e dois anos, desde a fundação da 1ª Comissão Provisória no Estado do Rio Grande do Sul, passando pela formalização do Partido, em 11 de fevereiro de 1980, e convivendo com este Partido em todos os momentos, fossem eles eleitorais, institucionais ou junto à sociedade brasileira.

No dia de ontem, tive a oportunidade, depois de uma profunda reflexão, de anunciar minha filiação ao Partido Democrático Trabalhista, PDT. Ocupo este tempo, em primeiro lugar, para ler o documento apresentado, ontem, à opinião pública do Rio Grande do Sul, com os argumentos básicos que me levaram a esta nova opção. Por isso, peço licença a todos para fazer a leitura da nota entregue ontem à imprensa do nosso Estado. (Lê.)

“Depois de mais de dois anos de profunda reflexão, pelos motivos já apresentados no último dia 10 de outubro, me desliguei do Partido dos Trabalhadores. Nas últimas duas semanas procurei me dedicar, junto com outros companheiros, a uma profunda reflexão sobre o meu futuro partidário.

Neste processo de análise tive a satisfação de estabelecer contatos políticos com o PHS, Deputado Roberto Argenta e Direção Regional; o PV, Executiva Nacional e Municipal; o PDT, Governador Leonel Brizola, Deputados Estaduais e Federais, Vereadores e Prefeitos; o PSB, Governador Anthony Garotinho, o Governador Miguel Arraes, Deputado Beto Albuquerque e membros da Executivo Municipal Estadual; o PPS, Senador Roberto Freire, Governador Ciro Gomes, Deputado Bernardo de Souza, e Direção Municipal e com o PL, Deputado Paulo Gouveia, Ver. Valdir Caetano, Vereadores do Interior e Direção Regional. Quero agradecer, do fundo do meu coração, a todos os Partidos que me ofereceram acolhida no momento muito difícil para a minha vida pessoal e política.

Foi um processo muito rico, quando eu tive a oportunidade de debater os rumos do País e do nosso Estado e perceber, mais claramente, a visão que cada Partido tem sobre esses temas. Sem dúvida alguma, todos eles preocupados em realizar mudanças profundas na atual estrutura social econômica, absurdamente injusta, existente em nosso Estado e País.

É bastante lógico que, ao me debruçar para refletir sobre o meu futuro partidário, levasse em consideração a minha trajetória de militante histórico de um Partido de esquerda, de sindicalista, de parlamentar, de Vice-Prefeito e, principalmente, de cidadão, e a possibilidade de que possa me somar a um projeto que proponha a idéia de uma ampla interlocução e diálogo com toda a sociedade gaúcha e brasileira, buscando as transformações necessárias para a consecução de uma sociedade com melhor distribuição de renda, geração de empregos e combate à exclusão social.

Buscamos um Partido que leve em consideração que o Rio Grande precisa de interlocutores sérios para enfrentar a crise e que precisamos constituir um novo pólo de centro-esquerda sem arrogância, que não se julgue dono da verdade e com real capacidade de diálogo. Diálogo com os partidos políticos e diálogo com sociedade - com os movimentos sociais, sindical e popular, com os empresários, com as ONGs e com toda a sociedade.

Buscamos um Partido que tenha como preocupação prioritária e permanente a busca de soluções para a grave crise social que assola o nosso Estado e País. Precisamos combater os dois tipos de frieza social existente entre os governantes brasileiros: a frieza tecnocrática e a frieza ideológica. A primeira traduz a crise social em números e a submete a balanços de contabilidade. A segunda transfere responsabilidades: diz que a culpa é do Governo Federal, do FMI, etc. e pouco faz para que esta realidade seja modificada.

Buscamos um Partido que seja capaz de mobilizar a sociedade gaúcha para enfrentar o problema da insegurança, da pobreza, da metade sul, etc. e que não sucumba nem à lógica tecnocrática nem aos subterfúgios ideológicos.

Buscamos um Partido que reconheça a democracia como um valor universal e que de forma constante busque o aperfeiçoamento e o fortalecimento do Estado Democrático de Direito. Uma democracia política que signifique mais do que mera forma de governo, principalmente porque há crescentes demonstrações externas de louvor às formas democráticas sem que se pratique a democracia política nos seus valores essenciais. Para que as formas democráticas de Estado funcionem na prática, deve haver um certo nível de educação geral e, na impossibilidade de um bem-estar econômico completo, pelo menos, a ausência de pobreza geral.

Buscamos um Partido que coloque o interesse público como seu supremo guia quando da gestão da coisa pública e que esteja adequado a valores amplamente compartilhados que reflitam moralidade, eficiência, justiça, bem-estar e sobrevivência do Estado.

Nossa opção: o PDT.

Acreditamos que, sem demérito a qualquer um dos outros parceiros, o Partido Democrático Trabalhista - PDT tem as condições necessárias para continuar na trajetória da construção de uma opção centro-esquerda que seja um instrumento de novas motivações para o povo gaúcho e brasileiro, de acordo com os preceitos anteriormente citados.

O PDT tem as suas raízes políticas e filosóficas nas teses trabalhistas apresentadas e defendidas por Getúlio Vargas, Alberto Pasqualini e Leonel Brizola, entre outros.

Nos vários encontros realizados com militantes do PDT, constatamos um profundo e sólido movimento de reestruturação do Partido, um processo interno de democratização fomentado pela nova direção sob a coordenação do Presidente Regional, Airton Dipp, e do Presidente Municipal de Porto Alegre, Vieira da Cunha, e uma vontade muito grande, por parte de suas lideranças e militantes, de reconstruir os verdadeiros ideais trabalhistas.

Percebemos a existência de um amplo espaço para que possamos, coletivamente, ajudar na construção de uma alternativa partidária. E que essa alternativa partidária signifique a real possibilidade de apresentarmos uma opção ao povo gaúcho que combata o sentimento de saturação com a radicalização permanente e a crescente polarização do jogo político no Estado.

Dessa forma, estou anunciando, juntamente com outros militantes do movimento sindical e popular, o meu ingresso no Partido Democrático Trabalhista – PDT. O compromisso que estou assumindo com a minha nova sigla partidária, e que assumo com a minha Bancada, é o de continuar lutando pelos mesmos propósitos, objetivos e ideais que têm norteado a minha vida pública, e me colocar à disposição, como militante de base, para ajudar a fortalecer a vida partidária e participar do processo eleitoral no próximo ano.

 

Porto Alegre, 25 de Setembro de 2001.”

 

Este documento, Srs. Vereadores, tive a oportunidade de apresentá-lo ontem, e faz parte de uma profunda reflexão realizada não somente comigo e com os meus companheiros de gabinete, mas com uma série de companheiros que, ao longo do tempo, têm construído o meu mandato e a minha vida pública. Com toda certeza, procurarei, nesta Casa e na minha vida pública, continuar, como já disse, com os mesmos ideais, com a mesma vontade de transformar esta sociedade. Digo aos meus companheiros do PT que, de forma alguma, vou-me tornar um anti-PT. Não pretendo, de forma alguma, rasgar vinte dois anos que estive junto ao Partido dos Trabalhadores. Os motivos que apresentei para que o afastamento do Partido dos Trabalhadores acabasse ocorrendo são públicos e notórios, mas, indiscutivelmente continuo sendo o mesmo José Fortunati – um homem de esquerda, um homem socialista, um homem democrático - e um homem de interlocução com todos os Partidos e com toda a sociedade. E tenho certeza de que, em muitas oportunidades, continuaremos juntos, construindo a sociedade que nós desejamos, uma sociedade que seja, efetivamente, democrática e transformadora, uma sociedade que dê amplas condições para que a maioria da população tenha acesso aos bens de consumo, tenha acesso à educação e possa participar ativamente dos destinos da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, senhores da imprensa e pessoas que nos assistem pela TV Câmara. Minhas saudações a todos.

Primeiramente quero agradecer ao meu Líder de Bancada, Ver. Nereu D’Avila, e também ao Ver. Humberto Goulart, ao Ver. João Bosco Vaz e também agora ao Ver. José Fortunati, por terem-me dado a oportunidade de falar neste momento em nome do meu Partido, o PDT.

Ontem, às 16h, no Hotel Continental, e estávamos presentes, o Ver. José Fortunati deu uma entrevista coletiva à imprensa onde, publicamente, declarou que o seu Partido seria o PDT. Eu creio que não só para este Vereador, mas para todos os Vereadores que estiveram lá, lideranças do PDT, foi um dia que ficará gravado na história do trabalhismo. Naquele momento, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Vereador lembrou-se do fim dos anos 50, quando Leonel Brizola esteve lá em Casca, onde este Vereador foi criado. E o falecido meu pai - que faleceu com 61 anos de idade, que Deus o tenha lá no céu - naquela ocasião, preparou uma novilha, a seu modo, e fez um churrasco para receber o Governador Leonel de Moura Brizola, porque Leonel de Moura Brizola construiu, naquela região, várias “brizoletas”, inclusive, uma delas em cima da terra que pertencia ao meu falecido pai. Foi uma festa. Eu era um jovem, naquela época, e esse fato ficou muito marcado na minha memória.

Vejam bem, no dia de ontem, também, lembrei-me desse fato, porque, a meu ver, a vinda do Ver. José Fortunati para o PDT foi um ato que ficará na história do trabalhismo. Eu tenho dito aqui, nesta Casa, e torno a dizer hoje, meu caro Líder Ver. Nereu D’Avila, que o PDT é um furacão que estava adormecido. Por que digo isso? Porque a história do trabalhismo inclui nomes como os de Getúlio, Jango, Pasqualini, Brizola, Collares, e essas pessoas tiveram papéis importantes na história deste País. Então vejam como é a vida das pessoas. Nada mais justo que o trabalhismo desse uma descansada; como eu já disse, o furacão adormeceu por um determinado tempo. Agora, meus senhores, meus caros colegas Vereadores e Vereadoras, a vinda de José Fortunati é significativa, pois, historicamente, politicamente, todos somos sabedores da importância de José Fortunati na história política deste País. Agora, com a vinda do Ver. José Fortunati, temos certeza de que vai aflorar este furacão adormecido. Estou vendo a fisionomia dos Vereadores, a Vereadora Maria Celeste está muito tristonha. Vereadora, creia V.Ex.ª que o motivo dessa sua tristeza, como das dos outros Vereadores, será motivo de alegria, em um breve espaço de tempo, para o nosso povo do Rio Grande do Sul; pois a tristeza de poucos, não temos dúvida, cederá espaço à alegria de muitos gaúchos e gaúchas, porque o trabalhismo vai retomar a sua história. E digo mais: aqueles que hoje também têm uma história deveriam estar no trabalhismo. Infelizmente, não sei o que se passa na cabeça dessas pessoas que hoje não estão mais no trabalhismo.

Temos certeza disso. O Ver. João Bosco Vaz está me dizendo que o Ver. José Fortunati vale mais do que três desses nossos colegas, que eram do nosso Partido.

Sr. Presidente, o Rio Grande está de parabéns! O povo gaúcho está de parabéns! A Cidade está em festa, como diz o Ver. João Bosco Vaz. Sendo assim, desculpem eu ter excedido o meu tempo, Sr. Presidente. Ver. José Fortunati, nós estamos aqui laureando esse acontecimento, o Rio Grande, como eu já disse, está de parabéns, e nós vamos trabalhar muito, que é o que está esperando, temos certeza, o povo do nosso Rio Grande. Um fraterno abraço. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, pelo PFL, para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, o Ver. João Bosco Vaz me pede que eu faça uma saudação ao Ver. José Fortunati. Quero dizer que eu já pretendia fazê-la, a pedido do meu companheiro de Bancada Ver. Luiz Braz. Quero acertar um fato, com todo o respeito aos demais partidos da Casa: o Ver. José Fortunati, na sua manifestação, foi muito claro quando enumerou o elenco de agremiações político-partidárias que ofereceram a legenda para que ele delas fosse partilhar, antes que tomasse a decisão, hoje aqui anunciada, de ingressar no Partido Democrático Trabalhista.

Todos perceberam que neste rol não se inclui o Partido da Frente Liberal, partido que lidero nesta Casa, e nem poderia sê-lo porque não houve este oferecimento ao Ver. José Fortunati; não que lhe faltassem condições morais para integrar o nosso Partido, mas porque temos respeito a sua história, a sua postura de homem socialista, e ele, obviamente, não se sentiria confortável dentro da nossa legenda, como nós também confortáveis não estaríamos com uma convivência que dificilmente poderia se estabelecer dentro da mesma legenda partidária.

Mas isso não implica que não tenhamos pelo Ver. José Fortunati muito carinho e muito respeito. Partindo de mim, este gesto nem pode surpreender, porque costumo respeitar muito os companheiros de trabalho da Casa, indistintamente, até acima das legendas partidárias. E se hoje o Ver. José Fortunati, com a responsabilidade de ser o homem público que, até o presente momento, recebeu a maior votação que a história política da Cidade registra, em todos os seus tempos, entende que na legenda do Partido Democrático Trabalhista ele fica em melhores condições para realizar seus propósitos políticos, que sei que são elevadíssimos, eu o cumprimento, porque sei que, a todo momento, temos um recomeçar nas nossas vidas e, às vezes, este recomeçar é dificultado por algumas circunstâncias de ordem pessoal que, obviamente, todos temos que entender. Ortega y Gasset já dizia que “O homem é o ser e as suas circunstâncias”. Então temos de respeitar muito as circunstâncias humanas em que as pessoas tomam as suas decisões, mormente quando estas pessoas são líderes políticos de um passado brilhante, inatacável, como é o caso do Ver. José Fortunati.

Quero, respeitosamente, cumprimentá-lo, almejar que V. Ex.ª continue a sua trilha e que, na nova opção política que assumiu desta tribuna no dia de hoje, possam os seus sonhos pessoais realizarem-se na plenitude. E nós, do Partido da Frente Liberal, continuamos com aquele mesmo respeito externado pelas palavras e atos de quem, em não oferecendo a opção pela sua legenda, entende estar fazendo a maior demonstração de respeito que poderia fazer. Nós, que não barganhamos o ingresso de ninguém em nosso Partido, nós, que, seletivamente, procuramos ver as pessoas que conosco querem compor, não haveríamos de lhe fazer essa desconsideração de, conhecendo a sua postura, lhe convocar para outra jornada que sabemos não ser aquela que a sua postura política lhe determina.

Isso não obsta, Vereador, que muitas caminhadas nós possamos fazer juntos, paralelos, lado a lado. Aliás, a Cidade de Porto Alegre merece isso de todos nós; do Ver. José Fortunati – com os seus 40 mil votos - e de todos nós, mais modestos, com as nossas respectivas votações; todos convencidos de que Porto Alegre, mais do que qualquer legenda partidária, deve constar de forma absoluta no rol das preocupações que nos embalam na realização dos nossos mandatos na Casa do Povo, cuja tradição vem desde Aloísio Filho, de José César de Mesquita, de Carlos Pessoa de Brum, de Adel Carvalho, entre tantos outros Vereadores que por aqui passaram.

Tenha, Ver. José Fortunati, por conseguinte, sucesso na nova empreitada política e tenha, de nós Vereadores, o nosso respeito. Espero que, mais do que vida longa, V.Ex.ª tenha uma longa e brilhante trajetória na sua nova opção. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, estamos requerendo alteração na ordem da apreciação da matéria da Ordem do Dia, que seja votado primeiro o PLE nº 005/01 e, depois, a seqüência normal, sendo que já havíamos tratado aqui sobre o Projeto do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Esclarecimento): Sr. Presidente, excepcionalmente, pela matéria proposta, eu voto a favor, mas no resto, Sr. Presidente, nós temos dezoito Projetos pelo artigo 81 na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Pelo Requerimento do Ver. Marcelo Danéris, primeiramente votaremos o PLE nº 005/01, depois voltamos à ordem normal. Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1322/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 005/01, que dispõe sobre o serviço voluntário no âmbito do Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 e 02. Urgência.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CECE, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLE nº 005/01. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, o Município de Porto Alegre quer tornar oficial, organizar e fomentar o serviço voluntário em Porto Alegre e preocupar-se com ele, o que é muito diferente de contar com o serviço voluntário para substituir a ação pública, para suprir lacunas da ação pública. É, sim, uma vontade política de canalizar a solidariedade da Cidade de Porto Alegre de maneira a ter efetividade nas políticas sociais.

Esta Cidade é uma cidade que já tem uma grande rede de trabalho altruísta, de trabalho comunitário, de trabalho solidário, de trabalho filantrópico. Uma grande rede que só faz sentido porque tem essa forma de rede, porque busca uma complementaridade, porque tem a característica de parceria, porque nem só o Poder Público consegue dar conta sozinho das inúmeras tarefas de uma Cidade que sofre pela exclusão social e por ser grande, por ser Capital, concentra grandes problemas resultantes da pobreza, do desemprego, da falta ainda de educação, de formação básica para todas as pessoas.

Portanto, nem só o Governo Municipal consegue dar conta sozinho, por mais que amplie ano a ano o investimento nas políticas sociais, por mais que o Orçamento Participativo - a discussão coletiva da Cidade - tenha indicado mais e mais recursos para as redes de assistência social, para as políticas sociais que, nos próximos anos, inclusive, já indicam uma diminuição de investimentos novos para um aumento de custo, de gasto com o custeio, pois isso significa que mais professores foram contratos, que mais técnicos da assistência social foram contratados, mais técnicos da saúde, mais médicos, mais enfermeiros, significa uma Cidade que vem aumentando a sua rede de trabalho, de serviço público.

Porém, a Prefeitura sabe que será impotente se não contar com a mobilização da sociedade civil e também sabe que o trabalho da sociedade civil é voluntário, vem de uma cultura de solidariedade que vem se reforçando na Cidade. Esse trabalho voluntário precisa do aporte do serviço público, da sua capacidade técnica, e precisa, fundamentalmente, estar integrado às políticas públicas da Cidade.

Então, seria uma irresponsabilidade da Prefeitura, com esse investimento todo, não contribuir para que o trabalho seja reforçado e seja qualificado, ganhe volume, ganhe quantidade com o trabalho voluntário. A Prefeitura quer, por outro lado, oferecer qualificação técnica, quer oferecer cursos, quer direcionar o trabalho voluntário, porque a Prefeitura tem diagnóstico de quais as áreas onde ele é necessário. A Prefeitura tem condições de orientar o trabalho voluntário para as parcerias com determinados órgãos, em determinadas regiões; é uma ação afirmativa da Prefeitura que visa organizar e potencializar a ação voluntária em Porto Alegre. E este é o Ano Internacional do Voluntariado, e nós, aqui em Porto Alegre, queremos enfatizar um aspecto muito especial, que é o da solidariedade dessa ação do voluntariado.

Muito longe de ser uma desobrigação do Estado, um lavar-mãos do Estado, uma concordância com o Estado mínimo que se retira das suas obrigações, é, sim, um trabalho que visa fortalecer a solidariedade, fortalecer o movimento que a Cidade tem de ter para acolher todas as suas crianças, seus jovens, seus idosos, o conjunto de pessoas que sofrem com a exclusão social. E é nesse sentido que queremos que esta Câmara aprove esse Projeto de Lei, e, portanto, oficialize e permita que esse movimento aconteça. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Queremos registrar a presença do nosso ex-Presidente da Casa, o Ver. João Motta.

Apregoamos a Emenda de nº 04 e a Emenda de nº 05, apostas ao PLL nº 060/01, ambas de autoria do Ver. Luiz Braz e subscritas pelo Ver. Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do PFL.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 005/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acredito que não poderíamos votar esse Projeto agora. Vejo que a Casa conhece muito pouco a respeito dessa matéria, e ela é uma matéria extremamente importante, pelo que acontece hoje em nossa Cidade no que se refere ao voluntariado. Temos, hoje, Ver. Pedro Américo Leal, uma organização intitulada “Parceiros Voluntários”, que funciona muito bem e que faz com que essa área do voluntariado seja uma área que causa benefícios a muitas instituições. São muitas as pessoas carentes que hoje dependem dos voluntários. E funciona bem o voluntariado.

O que a Prefeitura tinha que fazer não é puxar o voluntariado para ela, para ela se adonar desse segmento e, talvez, transformá-lo, assim como transformou vários segmentos - caso do Orçamento Participativo - em mais uma célula eleitoral para os próximos processos que se avizinham. A Prefeitura tinha era que dar suporte para que esse voluntariado pudesse ser efetuado cada vez melhor, mas ele não precisa estar nas mãos da Prefeitura Municipal, ele pode continuar nas mãos dos parceiros voluntários ou de outras instituições que possam fazer esse trabalho. Porque a Prefeitura não pode ceder aos parceiros voluntários os técnicos necessários, oferecer os cursos necessários, fazer tudo aquilo que possa embasar esse trabalho dos parceiros sem trazê-los para o domínio público, ou para área pública. Deixe na área privada ele funciona tão bem.

Hoje, nos parceiros voluntários, nós temos várias pessoas, várias empresas que concedem benefícios, que aportam recursos, e esses parceiros voluntários trabalham, hoje, como ninguém, em prol da sociedade. Ontem, mesmo, estávamos homenageando uma das pessoas ligadas aos parceiros voluntários que é a D. Maria Helena Johannpeter. Agora nós vamos dizer que não estamos satisfeitos com o que está acontecendo e vamos trazer, aqui, para a área da Prefeitura Municipal, pelo menos no que tange a Porto Alegre. Eu acho que não devíamos votar hoje, eu acho que devíamos ouvir esses segmentos para saber se eles estão de acordo com este Projeto que vai ser votado na Casa, porque até agora nós não sabemos nada a respeito da opinião deles.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Aduzindo e agregando a essa análise que V. Ex.ª está fazendo, quero dizer que eu imaginava, fui relator desse processo no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça, que as outras Comissões iriam realizar um amplo debate sobre esse tema junto, inclusive, com instituições que têm trabalho na área dos parceiros voluntários. No entanto, V. Ex.ª aponta um problema extremamente grave, que é a questão de que não foi amplamente debatido. E não pode ser este Projeto um instrumento de paternalismo político que o Executivo pretenda eventualmente exercer. E eu concordo com V. Ex.ª: ele está funcionando bem na área privada, através de federações, de instituições, as mais diversas. Eu acho que o que se impõe neste momento em relação a este Projeto é o seu adiamento por algumas Sessões.

Eu gostaria que V. Ex.ª, que foi o autor dessa idéia, de se maturar mais esta questão, e subscrevesse esse Requerimento de adiamento, que terá o apoio deste Vereador e, acredito, de toda a nossa Bancada trabalhista.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Isaac Ainhorn, vou chamar a atenção dos Vereadores da Casa para dois pontos importantes. V. Ex.ª, inclusive, tem uma participação fundamental.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz continua com a palavra, por cessão de tempo do Ver. Isaac Ainhorn, com aquiescência dos Vereadores Reginaldo Pujol, João Antonio Dib e Maristela Maffei, para discutir o PLE nº 005/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Agradeço muito a V. Ex.ª, Ver. Isaac Ainhorn. Vou citar, aqui, duas questões e V. Ex.ª tem participação fundamental em uma delas, para não dizer nas duas. Eu vou pedir a atenção do Ver. João Antonio Dib: por favor, atente para este detalhe. O Orçamento Participativo, nós lutamos muito para que ele pudesse ser oficializado, e existe uma resistência enorme da Administração em oficializá-lo. Não quer. Não quer. É um segmento da população e eles querem manter como uma célula que possa realmente favorecê-los nas eleições. Ora, este outro segmento que funciona livre, que tem o domínio da sociedade civil, este segmento que não precisaria hora nenhuma ser oficializado, assim como quer este Projeto de Lei, este segmento que só precisaria de apoio da Prefeitura Municipal e de outros organismos, eu não sei por que, nasceu a vontade da Prefeitura Municipal de oficializar este segmento.

Eu tenho uma opinião: o Orçamento Participativo eles não querem oficializar porque é um segmento, é uma estrutura já petista, é uma coisa que pertence ao PT, o PT o domina, completamente. Então, não tem por que oficializar isso. E, assim, o PT vai ganhando eleição após eleição. Acontece que o voluntariado, esse não, esse não está nas mãos do PT: ele está nas mãos de pessoas que não são ideologizadas. Eles não ideologizaram o movimento. Então, eles não vão favorecer o PT, eles trabalham em vários segmentos, ajudam várias instituições, ajudam várias pessoas, mas eles não estão ligados ao PT. Então, o que o PT quer? Ah, vamos trazê-los para junto de nós. Nós precisamos ter um assessor junto ao Prefeito Municipal que diga o que vai acontecer, onde nós temos que ajudar, quais são as empresas que vão ser ajudadas, quais são os cursos que vão ser realizados. O PT quer dominar o movimento do voluntariado. Eu penso que é um perigo. Esta Casa, para concordar com isso, tem de, no mínimo, ouvir aquelas pessoas que estão ligadas aos parceiros voluntários e a todo o voluntariado em geral.

Se nós aprovarmos isso, sem ouvir essas pessoas, nós estaremos sendo irresponsáveis, Ver. Sebastião Melo. Nós não podemos fazer isso. Não podemos simplesmente aprovar um projeto desta importância, dando para o PT este segmento, para que ele possa orientar e, a partir do PT, existir todas as ações do voluntariado aqui no nosso Município, sem ouvir essas pessoas. Para o PT não interessa ouvir ninguém. O PT só se interessa em ouvir, quando falam bem dele. Ao PT só interessa ouvir quando fazem um trabalho que vai apoiá-lo eleitoralmente. É assim que age o PT. É assim que ele age. Mas eu penso que, enquanto nós não ouvirmos todos os segmentos ligados ao voluntariado, nós não podemos aprovar absolutamente nada, aqui, nesta Casa. Seria de bom alvitre, nessa altura dos acontecimentos, que o próprio PT pedisse o adiamento da discussão desta matéria, a fim de que nós pudéssemos estudá-la mais profundamente, sem, é claro, desmerecer o trabalho feito pelo meu amigo Ver. Beto Moesch, que eu sei que é uma pessoa extremamente inteligente, interessada, mas acabou não levando em consideração esses pontos que nós estamos levantando, aqui, da tribuna, agora.

Precisamos, realmente, aprofundar os estudos com relação a este Projeto, para não darmos ao PT mais um segmento para que ele tranque os trabalhos, para que ele piore os trabalhos do voluntariado e apenas fortaleça, novamente, o seu trabalho eleitoral. É muita gente já, paga, nas ruas da Cidade, abanando aquela bandeirinha do PT, não é? Já são muitos CCs que temos aí para abanar a bandeirinha do PT aí na rua. Então creio que não podemos criar mais CCs para que isso continue acontecendo, e mais gente ligada ao PT subsidiada com dinheiro público, eu creio que não. Creio que é a hora de nós refletirmos um pouco mais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 005/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esse Projeto, que ingressou na Casa no dia 20 de março de 2001, foi examinado pela Comissão de Justiça no dia 21 de maio, oportunidade em que o Ver. Isaac Ainhorn prolatou um parecer do qual eu julgo relevante que alguns tópicos sejam relidos nesta hora, pela atualidade das suas explicações. Diz o Ver. Isaac Ainhorn:

“É inegável o papel que a sociedade vem dando ao trabalho voluntário, revelando a capacidade de auto-organização da sociedade. Não entrando no mérito do papel do Estado, que deve deixar a sociedade promover a sua auto-organização” – e V. Ex.ª diz que não entrando no mérito, porque está dando um parecer da Comissão de Constituição e Justiça, não lhe cabia extrapolar naquela hora - “ não entrando no mérito do papel do Estado, que deve deixar a sociedade promover a sua auto-organização sem velá-la, preocupa-nos em que medida o Estado deve estar presente nesse processo. No entanto, essa é uma questão de mérito. O que nos cabe no momento” – diz o Ver. Isaac Ainhorn – “é perquirir se pode o Poder Público promover, à luz do ordenamento jurídico, processo de serviço voluntário...” Como pretende o Sr. Prefeito Municipal, por meio do presente Projeto de Lei. “Assinalamos” - ainda é do Parecer da lavra do Ver. Isaac Ainhorn – “que há necessidade de Emenda definidora. Que o trabalhado voluntário por sua natureza não gerará vínculo empregatício, nem as obrigações daí decorrentes, o que ora apresentamos como Emenda de Relator.

Entendemos que não há óbice legal, apenas indagando se cabe a criação de cargos para coordenar um serviço de voluntariado.

Entendemos que o art. 10, sob a forma de destaque no momento processual oportuno, deve ser suprimido do texto do presente do Projeto de Lei.”

 Li, até agora, o Parecer do Ver. Isaac Ainhorn. Por que o fiz? Porque foi o único momento em que nós nos debruçamos objetivamente sobre este Projeto. Esta matéria depois de merecer um Parecer do Vereador integrante da Bancada do Partido Progressista Brasileiro, Beto Moesch, estranhamente, voltou a ser votado na Comissão de Constituição e Justiça quando esta já tinha exarado o Parecer e que mereceu no voto de aprovação da totalidade das Comissões que o examinaram, numa daquelas interrupções de Sessão que caracteriza a votação desses pareceres conjuntos, como todos nós sabemos.

Eu tenho algumas indagações que são de cunho filosófico. Eu não sei se nós podemos fazer lei para disciplinar trabalho voluntário. A voluntariedade, a nosso juízo, não precisa, necessariamente, nem deve, ser expressa em lei. Eu fico em dúvida, inclusive, se todo o trabalho voluntário que houve até o presente momento se constitui em alguma ilegalidade. Não havendo lei, já havia o trabalho voluntário. Agora, de uma hora para outra nós vamos ter o trabalho voluntário legalizado por uma disposição de legislação municipal que estabelece uma série de condições, me parece, na minha visão liberal, como uma espécie de tutela. Mais uma tutela do Estado sob a ação da sociedade civil que, no caso, vai aos raios do paradoxo. Se nós estamos tratando de trabalho voluntário, quanto mais regimento estabelecermos para este trabalho voluntário, mais nós vamos descaracterizá-lo.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vereador, eu me inscrevo e cedo o meu tempo a V. Ex.ª, que dispõe de mais 5 minutos para discutir o PLE nº 005/01.

 

A Sr.ª Sofia Cavedon: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço, Vereador, mas penso que é importante ressaltar que não há uma intenção de regramento. O objetivo central da lei é viabilizar que a Prefeitura possa investir no voluntariado, porque tem muitos voluntários que nos procuram e dizem: “Eu gostaria, por exemplo, de ter um curso que me capacite, que me facilite, eu quero atuar com crianças, mas gostaria de ter uma orientação.”

Por outro lado, tem uma ação voluntária em toda a Cidade, inclusive, que o Governo não conhece, nas próprias instituições do Município e há o problema decorrente, que V. Ex.ª bem chamou a atenção, do vínculo empregatício - as nossas próprias creches comunitárias - para as quais os parceiros voluntários encaminham pessoas. Portanto, não é para tirar o papel dos parceiros voluntários. No entanto, quem garante que não vão pedir vínculo empregatício daqui a pouco? Se a Prefeitura fornece um curso é mais um motivo, quer dizer: “Forneceu-me o curso, ainda trabalho”, quer dizer, é subterfúgio para a solicitação de vínculo empregatício. Então, é para a proteção, para um amparo legal que a Lei vem para esta Casa e tem essa intenção.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu agradeço a V. Ex.ª o seu aparte, que foi efetivamente esclarecedor como eu esperava que fosse, mas diria a V. Ex.ª o seguinte: numa leitura pura e simples dos principais artigos do Projeto, o Ver. Isaac Ainhorn e eu, encontramos, por exemplo: “Que para os efeitos desta Lei considera-se voluntariado o serviço prestado por pessoas físicas no âmbito do Município e as ações desenvolvidas por organizações não-governamentais em parceria com o Município em projeto que estimule a prática da cidadania e da solidariedade social.”

Eu ouvi o aparte da Ver.ª Sofia Cavedon, que me honrou e me distinguiu com a sua manifestação, e digo que uma das minhas dúvidas fundamentais é exatamente essa expressão “excludente” que vejo, na medida em que se insere no comando da lei, em parceria com o Município. O que me leva a crer, que ao contrário, as atividades do voluntariado que não forem realizadas em parceria com o Município, pelo teor do que está disposta na Lei, passam a ser ilegais, pelo menos no espírito dessa Lei. O que, convenhamos, não estimularia o voluntariado, pelo contrário, restringiria, porque as organizações sociais que queiram fazer um trabalho de voluntariado, na expressão da Lei, tem que fazê-lo em parceria com o Município.

De outro lado, o artigo 3º diz que as ações de voluntariado, a serem incentivadas, devem estar integradas às políticas públicas, aos projetos desenvolvidos pelo Município e às parcerias firmadas para o desenvolvimento das ações Municipais.

Ora, Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum - que me possibilitou com a sua boa vontade que eu ficasse mais na tribuna - eu, cada vez mais, vejo restringida a ação do voluntariado, porque vamos colocando determinados disciplinamentos, regramentos que descaracterizam, no meu entendimento, o que é voluntariado. Voluntariado o nome diz, é espontâneo, é sincero, brota naturalmente da base social, da célula social, da família, da Igreja, enfim, de todo o lugar, não precisa de nenhuma regra para ficar estabelecido.

Finalmente, ainda na análise diz: “O serviço voluntário é complementar à função estatal.” Não, não é complementar, ele é maior do que a função estatal, porque é voluntário, porque é fruto da responsabilidade social de cada um; que nenhuma Lei define e entende de fazê-lo, não para complementar a atividade estatal, mas até muitas vezes para se antecipar à atividade estatal que com muita freqüência é omissa.

E, ao concluir, é o artigo 4º, que dá essa definição que o serviço voluntário é complementar à função estatal, diz o seguinte: “Não desonerando e nem substituindo o Município no exercício das funções públicas respectivas.” Ora, Sr. Presidente, Ver. Isaac Ainhorn, se isso não é tutelar, eu, sinceramente, não sei o que é tutela.

Houve manifestações no sentido de que esse Projeto fosse adiado para ser mais bem discutido. No que me convém e no que me cabe, queira Deus que ele seja adiado, porque eu, com as dúvidas que hoje tenho, com toda segurança, Ver. Luiz Braz, não é uma posição de Bancada, é uma posição pessoal minha, salvo os esclarecimentos que surgiram em contrário, voto contrário a este Projeto de Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 005/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que me assusta é a quantidade de moções, requerimentos, comparecimentos e de outras tantas coisas que ocorrem nesta Casa. De repente, esquecem até que determinados projetos devem ter uma análise especial, um cuidado especialíssimo, quando o Prefeito desta, ou de qualquer outra cidade se digna a deixar o seu gabinete e, numa demonstração à importância que atribui a um Projeto de Lei, o traz pessoalmente para os Vereadores. Foi o que fez o Prefeito Tarso Genro, no dia 20 de março deste ano.

Quando o Prefeito o fez, eu ouvi a sua apresentação e as suas ponderações e entendi, até, que o Projeto deveria ter sido votado em regime de urgência – cheguei a pedir a urgência - e, por pressão, retirei o pedido de urgência. Agora, eu não tenho, neste momento, nenhuma razão para dizer: “Olha, eu não estou entendendo o que está acontecendo, eu não estou entendendo o Projeto”, porque na realidade eu o analisei. E apresentei emendas. Uma das emendas que apresentei, dizia...

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte?

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Já vou conceder o aparte a V. Ex.ª, porque ainda não falei nada, Vereador. Mas já vou dar o aparte a V. Ex.ª, que vai enriquecer, por certo, o meu pronunciamento. No art. 9º, eu pedi que “as ações do voluntariado serão coordenadas por um representante escolhido anualmente dentre os voluntários e que, à luz do art. 2º desta lei, o serviço de voluntariado será vinculado ao Gabinete do Prefeito, Coordenação de Direitos Humanos e Cidadania.”

O Ver. Isaac Ainhorn, brilhante como sempre, colocou aqui a sua Emenda em relação ao art. 2º, de que eu estava falando aqui. Ele definiu o que é que: “para os efeitos desta lei, considera-se serviço voluntário, no âmbito municipal, a atividade não-remunerada prestada por pessoa física ou jurídica, em parceria com o Município, em projetos que estimulem a prática da cidadania e da solidariedade social, não gerando vínculo de qualquer natureza, inclusive empregatícia, previdenciária, ou afins, nos termos da legislação federal.”

Esta é a Emenda do Ver. Isaac Ainhorn, que entendi absolutamente correta. V. Ex.ª, Ver. Isaac Ainhorn, me honra com o seu aparte.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: Ver. João Antonio Dib, acabo de ingressar com um pedido de destaque ao art. 10, do Projeto que cria o voluntariado no âmbito da Prefeitura. Sei que V. Ex.ª quer manter algumas previsões de criação de cargos, por intermédio de sua Emenda. Entendo que, para serviço de voluntariado em Porto Alegre, não cabe a criação de Cargos em Comissão no Gabinete do Prefeito. V. Ex.ª que é um homem muito astuto e conhece a atividade pública, sabe que na Coordenadoria de Relações Comunitárias e no Gabinete do Prefeito já existe um contingente altamente representativo de Cargos em Comissão, o que não justifica a criação de cargos para coordenador do serviço de voluntariado, na medida em que ele vai funcionar no Gabinete do Prefeito. Sei que V. Ex.ª terá sensibilidade para apoiar o nosso destaque ao art. 10, retirando a sua Emenda que mantém alguns cargos. Sou grato pelo aparte.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Ver. Isaac Ainhorn, um homem público deve ter sensibilidade e capacidade de resposta e, sem falsa modéstia, penso que tenho as duas coisas. Tenho sensibilidade e capacidade de resposta, eu sou um homem público. E por isso eu estudei. E por isso estou nesta tribuna, neste momento. Propus a eliminação do art. 10, não quero nenhum cargo, mas a minha sensibilidade e a minha capacidade de resposta me levaram a entender que eu deveria fazer uma alteração na minha própria Emenda. Então, estou sugerindo que o art. 10 tenha apenas um Cargo em Comissão, de Coordenador. Explico: porque eu não posso deixar o voluntariado livre sem ter alguém como interlocutor junto ao Executivo Municipal. Eu entendi isso, depois que me explicaram. A minha sensibilidade e a minha capacidade de resposta fizeram com que eu fizesse esta Emenda. Apenas um coordenador, não uma máquina administrativa para fazer com que o voluntariado comece a funcionar nesta Cidade.

Nós precisamos de solidariedade, nós precisamos de voluntários para ajudar a diminuir a miséria e os problemas desta Cidade; nós precisamos, e esse Projeto entrou no dia 20 de março. Dizer que nós não tivemos oportunidade de estudá-lo é uma declaração que não vai dentro da minha capacidade de resposta nem na minha sensibilidade. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos registrar o Requerimento, que foi deferido pela Presidência, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando votação em destaque para o artigo 10 do PLE nº 005/01.

Requerimento, de autoria do Ver. Beto Moesch, que solicita adiamento da discussão do PLE nº 005/01 por 5 sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação Requerimento, de autoria do Ver. João Dib, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01 ao PLE nº 005/01. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento, do Ver. João Antonio Dib, solicitando seja Emenda nº 03, aposta ao PLE nº 005/01, dispensada do envio à apreciação das Comissões Permanentes. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, requeremos alteração no ordem dos trabalhos e que seja analisado, agora, o Requerimento de autoria do Ver. Adeli Sell.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Adeli Sell, solicitando que o PLCE nº 005/01 seja votado em Regime de Urgência e Reunião Conjunta das Comissões Permanentes. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1319/01 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que altera a redação do inciso VI do art. 94 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Com Emenda nº 01. (atribuições do Prefeito)

 

Parecer:

- da Comissão Especial: Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- discussão geral nos termos do art. 130 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PELO nº 004/01. (Pausa.) Não havendo Vereador para discutir, encerrada a discussão.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1504/01 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 005/01, de autoria do Vereador Beto Moesch, que altera a redação do art. 240 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e o art. 6º do Ato das Disposições Orgânicas Gerais e Transitórias. (área verde)

 

Parecer:

- da Comissão Especial: Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- discussão geral nos termos do art. 130 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PELO nº 005/01. (Pausa.) Não havendo Vereador para discutir, encerrada a discussão.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1745/98 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 010/98, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que dispõe sobre a condução de animais da espécie canina no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emendas nºs 1, 3 e 4. Com Substitutivos nºs 02 e 03. Com Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 02. Com Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 03.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela rejeição do Projeto e das Emendas nºs 01, 03 e 04 ao Projeto, do Substitutivo nº 02 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 02 e aprovação do Substitutivo nº 03 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 03.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM;

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;

- retirada a Emenda nº 02 e o Substitutivo nº 01;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, este Projeto é de autoria do Ver. Nereu D’Avila e, a pedido do próprio Vereador, ele solicita o adiamento da discussão do PLCE nº 010/98 por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereador, tem de ser formalizado. Gostaríamos que V. Ex.ª, fizesse por escrito para colocarmos em votação.

Em votação o Requerimento do Ver. Marcelo Danéris, que solicita adiamento da discussão do PLCL nº 010/98, por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0834/00 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 003/00, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que dispõe sobre a organização do Sistema Municipal de Defesa do Consumidor, autoriza o Executivo Municipal a instituir a Coordenadoria Executiva de Proteção e Defesa do Consumidor - PROCON/POA e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 e 02.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM;

- adiada a discussão por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLCL nº 003/00. Ver. Juarez Pinheiro, V. Ex.ª solicita o adiamento formal, por quantas sessões?

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, V. Ex.ª tem razão. Eu vou assinar o Requerimento pedindo o adiamento da discussão do PLCL nº 003/00, em respeito à Ver.ª Clênia Maranhão.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Certo, Ver. Juarez Pinheiro. Então, V. Ex.ª formalize o Requerimento.

Em votação o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro, solicitando o adiamento da discussão do PLCL nº 003/00, por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0835/00 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/00, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que autoriza o Poder Executivo a criar o Fundo Municipal de Defesa dos Direitos Difusos - FMDD. Com Emendas nºs 01 a 06.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLCL nº 004/00, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, talvez não haja fundamento no Regimento de uma forma mais específica, mas, para o bom andamento dos trabalhos, parece-me que nós temos, aqui, colocados o Projetos, pela ordem dada pelo Regimento: vetos, emendas constitucionais, leis complementares e leis ordinárias. Eu verifico que Vereadores que são propositores de matérias no momento estão nos seus gabinetes, não estão no Plenário. Então, eu proporia a V. Ex.ª, por uma questão de sensibilidade, se fosse possível, suspender a Sessão por 2 minutos, para que as lideranças pudessem acordar uma ordem que pudesse conformar os interesses dos Vereadores presentes, e que a ordem formal ficasse em segundo plano em relação à importância das matérias a serem votadas.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia.): Ver. Juarez Pinheiro, nós vamos colocar em votação o seu Requerimento sobre o Projeto da Ver.ª Clênia Maranhão, e o próximo Projeto é do Ver. Luiz Braz, que se encontra presente.

Em votação o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro, que solicita o adiamento da discussão do PLCL nº 004/00 por uma Sessão. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1357/00 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/00, de autoria do Ver. Luiz Braz, que acrescenta os parágrafos 9º e 10 ao art. 5º da Lei Complementar nº 242/91, com alterações da Lei Complementar nº 251/91, que disciplina a concessão do Direito Real de Uso aos ocupantes de área de propriedade do Poder Público Municipal. Com Emenda nº 01 ao Projeto e Substitutivo nº 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão PLCL nº 008/00, de autoria do Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, de acordo com o entendimento que tive, agora, com o Líder da Bancada do PT, na Casa, nós pedimos o adiamento da discussão desse Projeto por duas sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Ver. Luiz Braz, solicitamos que V. Ex.ª faça formalmente.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz que solicita seja adiada a discussão do PLCL nº 008/00 por duas Sessões. Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Srs. Vereadores, vamos suspender os trabalhos para que as Bancadas possam fazer um acordo de orientação dos Projetos a serem votados, ainda, nesta tarde.

Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h31min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia – às 17h40min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. ESTILAC XAVIER (Requerimento): Depois de consultar as Lideranças, solicitamos que entrem em processo de votação as seguintes matérias: PLL nº 092/01; PLL nº 050/01; PLL nº 114/01; PLL nº 138/01; PR nº 039/01, PR nº 057/01, Requerimento nº 192/01 e o Requerimento s/nº de minha autoria referente à área do Estaleiro Só.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Paulo Brum está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver. Estilac Xavier.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acatando a decisão do meu Líder, vamos votar favorável, apenas fazendo uma ressalva: pela primeira vez, a Mesa Diretora conseguiu colocar em votação exatamente o que está na agenda, e isso sempre foi uma das exigências dos Srs. Vereadores. Pela primeira vez se conseguiu seguir a ordem proposta pela Diretoria Legislativa para votação na Ordem do Dia. Portanto, vou votar seguindo a orientação do meu Líder. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver. Estilac Xavier.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pela primeira vez, vou votar favoravelmente, e também quero cumprimentar a Mesa, que colocou, como bem disse o Ver. Paulo Brum, a seqüência que estava na Ordem do Dia distribuída pela competente Diretoria Legislativa, mas, face à quantidade de Requerimentos de adiamento que se sucediam, eu pensei que era oportuno se votar aqueles que não teriam problemas maiores e, por isso, pela primeira vez, vou votar favoravelmente. O Ver. Paulo Brum está certo. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Agradeço ao Ver. Paulo Brum e ao Ver. João Antonio Dib. É esta a idéia da Mesa Diretora, mas, ao mesmo tempo, a vontade soberana do Plenário é decisiva.

Em votação Requerimento do Ver. Estilac Xavier, que solicita alteração das seguintes matérias, no processo de votação: PLL nº 092/01; PLL nº 050/01; PLL nº 114/01; PLL nº 138/01; PR nº 039/01; PR nº 057/01; Requerimento nº 192/01 e Requerimento s/nº, em que solicita urgência e reunião conjunta ao PLCE nº 004/01. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO contra o voto do Ver. Haroldo de Souza.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1659/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 092/01, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Praça Dante de Laytano um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLL nº 092/01. (Pausa.) Não havendo inscritos para discutir, em votação. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sei que é absolutamente indispensável fazer este encaminhamento, porque todos os Srs. Vereadores conhecem ou conheceram o Prof. Dante Laytano, historiador do Rio Grande do Sul, homem ligado, também, à literatura do nosso Estado, autor de mais de uma centena de trabalhos entre monografias, livros, localização de documentos originais, de livros, obras originais do século passado, que ele fez com que se publicasse sobretudo quando dirigindo o Departamento de História, quer da Pontifícia Universidade Católica, quer da Faculdade de Filosofia, Ciências Sociais e Humanas da UFRGS.

Mas eu gostaria que ficasse registrado nos Anais desta Câmara o fato de nós estarmos, hoje, votando uma homenagem que a Cidade de Porto Alegre, por intermédio desta Casa, faz ao Prof. Dante de Laytano. São mais de 50 anos dedicados, absolutamente, à cátedra do magistério, à pesquisa preliminar básica de documentos, à divulgação e, sobretudo, diria, à disponibilidade permanente do Prof. Dante de Laytano para ser procurado por estudantes, por pesquisadores, para disponibilizar documentos para participar de toda e qualquer obra que se fizesse necessária na Cidade e não só na área cultural como também na área social. Penso que é mais que uma homenagem. Eu digo que é uma homenagem, porque certamente vai agradar muito ao Dante, esteja ele onde estiver, porque é lá no Bairro Restinga. É uma grande Praça na Restinga, é um lugar da população, lugar daquele segmento que ele, ao longo dos anos de sua vida, soube valorizar, sobretudo com seus estudos no campo do folclore e da cultura popular.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, temos a certeza de que traduzimos um desejo, que é o desejo da Cidade de Porto Alegre, uma homenagem ao professor Dante de Laytano, falecido há pouco mais de um ano. Nós esperamos poder, realmente, daqui a breves semanas - aprovado o Projeto de Lei nesta Casa - inaugurar as placas alusivas a esta denominação, numa homenagem, como digo, me parece absolutamente justa, a um homem que dedicou toda a sua vida, literalmente à cultura popular.

Obrigado, Ver. João Antonio Dib, que indica que falaremos também pelo PPB, o Ver. Estilac Xavier, em nome do Partido dos Trabalhadores, o Ver. Humberto Goulart, pelo PDT. Agradeço a confiança e sobretudo entendo isto como uma homenagem dos Partidos PPB, PT, PDT, à figura do Professor Dante de Laytano.

Quero dizer, aqui, de público, que me esforçarei, Sr. Presidente, para que se faça um convite formal da família do falecido Professor Dante de Laytano, que nos encaminhou o processo, no sentido de que todos possamos estar lá presentes, no dia da inauguração das placas alusivas a esta homenagem, para dizermos, em nome de Porto Alegre, o quanto Dante de Laytano foi importante na vida desta Cidade e do Estado.

Ele que, certamente, poderia ter se vangloriado, ao longo de sua vida, de tudo que conquistou, de tudo que descobriu, de tudo que trouxe ao nosso conhecimento, foi sempre um homem com extrema humildade e de uma bonomia extremamente fantástica. Era capaz de sair da sua casa, às vezes de madrugada, para atender grupos de estudantes que queriam fazer pesquisas na Universidade ou coisas desse tipo. Então, fica, aqui, o nosso registro e, certamente, o Ver. Adeli Sell, que também é ligado à área da história, deve lembrar muito da figura do professor Dante de Laytano que, além de todas essas qualidades, tinha uma outra excelente, era um bon vivant, gostava de uma boa mesa, gostava de um bom vinho, afinal de contas, era alguém ligado não só aos italianos, mas aos portugueses. Fica, aqui, este registro, que eu acho fundamental, porque não se faz uma vida bem realizada apenas de estudos e, obviamente, de madrugadas de dedicação, se faz, também, certamente, de um bom jantar, de um bom vinho, que me parece fundamental, sobretudo no Rio Grande do Sul. Então, a nossa homenagem, o nosso encaminhamento favorável a este Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação o PLL nº 092/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1240/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 050/01, de autoria do  Ver. João Bosco Vaz, que cria a Calçada da Fama para homenagear e eternizar os vinte gaúchos que marcaram o Século XX. Com Emendas nºs 01 a 03.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 a 03;

- da  CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 a 03.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLL nº 050/01. O Ver. Juarez Pinheiro está solicitando o adiamento da discussão por uma Sessão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, o adiamento por uma Sessão.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1936/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 114/01, de autoria do Ver. José Fortunati, que denomina Almir Azeredo Ramos o Pavilhão de Eventos que compõe o Parque Temático da Cultura e Folclore Gaúcho, localizado no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLL nº 114/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2189/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 138/01, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Praça Ervory Rodrigues Tavares um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLL nº 138/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1885/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 039/01, de autoria do Ver. Beto Moesch, que concede à Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN) o prêmio Ecologista do Ano.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PR nº 039/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2581/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 057/01, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que concede a Comenda Pedro Weingärtner ao Pintor Carlos Carrion de Britto Velho.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PR nº 057/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação o Requerimento nº 192/01. Nos termos do art. 22 do Regimento, solicito ao Ver. Paulo Brum que assuma a presidência, pois este Vereador é o autor do Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento nº 192/01, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que requer a Constituição de Comissão Especial para estudar e debater medidas objetivando o desenvolvimento do desporto amador em Porto Alegre. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Há algum tempo, eu fiz uma solicitação à Casa, através do Requerimento nº 226/01, atendendo inclusive a alguns Vereadores que também pensavam da mesma forma, para constituirmos uma Comissão Externa a fim de que fôssemos - todos que quisessem - fazer uma visita à área onde será construída a IV Radial, a Radial Anita. Eu fiz isso para poder agilizar o processo.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Comissão Externa ou Especial?

 

O SR. LUIZ BRAZ: Externa. Eu fiz isso para agilizar o processo, mas a coisa ficou amarrada, e, até agora, apesar do pedido, eu não ouço nada a respeito de onde está o processo. Se ele está em alguma Comissão, eu pediria que dessem um retorno rapidamente, porque penso que isso interessa a toda a Cidade. Não é um projeto deste Vereador, mas acredito que seria bom a criação de uma Comissão Externa para verificarmos in loco os problemas, a fim de podermos votar a matéria. Creio que seria extremamente necessário que isso fosse agilizado.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Nós iremos responder a Questão de Ordem de V. Ex.ª. Passo a direção dos trabalhos ao Ver. Carlos Alberto Garcia.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Colocamos em votação o Requerimento s/nº de autoria do Ver. Estilac Xavier, que solicita urgência e reunião Conjunta da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM para o PLCE nº 004/01, que cria a subunidade de estruturação urbana 003 da UEU 4036, referente à área do Estaleiro Só, define o seu regime urbanístico e dá outras providências. Em votação. (Pausa.) O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Desde logo eu deixo bem claro que nada tenho contra a solução pretendida pelo Executivo de dar à área do Estaleiro Só um regime urbanístico.

Tenho todas as contrariedades do mundo, porque penso que o Projeto encaminhado a esta Casa pelo Executivo Municipal não vai atender aos reclamos, às ansiedades daqueles que precisam resolver seus problemas de indenização trabalhista. Mas eu não posso também deixar passar a oportunidade sem dizer que, reiteradas vezes, desde o início do ano, eu tenho falado da necessidade que têm os Vereadores de ser assessorados por pessoas competentes capazes de nos decifrar aquilo que o Executivo manda para cá e muito mal. É o caso da Radial Anita Garibaldi que eu disse que se o urbanista fosse fazer o seu trabalho de tese, ao final, e apresentasse aquele projeto, ele seria reprovado. E é o caso aqui do Estaleiro Só, que precisa ser definido; é um desperdício. Mas a Prefeitura parece que quer que haja comércio varejista lá. Que valorização será dada a esta área para que possam ser indenizados aqueles que precisam receber indenização trabalhista? Será que é igual ao shopping-papel, em que valorizaram o terreno em 50 reais o metro quadrado? E nós sabemos que vale muito mais, mas a Prefeitura diz que é 50 reais o metro quadrado. Então, eu tenho todas as dificuldades do mundo! Nós precisamos ser assessorados.

Hoje, de manhã, eu olhava, ainda na Comissão Parlamentar de Inquérito, que não temos assessoria. E vejam que eu sempre sou contrário a cargos e mais cargos, mas não posso ser contra no momento. Aqui, na Casa, temos três projetos que precisam de assessoria para o Plano Diretor. Três Projetos: garagens no Centro da Cidade, projeto sem maiores detalhes, sem maiores informações. O Projeto do Estaleiro Só, não é um Projeto bom. Nós andamos discutindo essa matéria com os interessados, que ficaram de trazer plantas, mas até agora, nada! E a Anita Garibaldi, a Radial em que eu daria zero para o urbanista que apresentasse - como trabalho de defesa de tese, ao final do curso - aquele Projeto de Lei, ele levaria zero.

Portanto, fico com o coração dividido, sei e sinto que os trabalhadores lá do Estaleiro Só precisam ser indenizados, mas, com essa proposição do Executivo tenho todas as minhas dúvidas. De qualquer forma, não quero que digam que eu não permiti que eles fossem indenizados. Então quero votar favoravelmente à urgência solicitada e quero, também, que documentos apareçam aqui para que tenhamos consciência daquilo que venhamos a fazer. Eu sou engenheiro, já fui assessor engenheiro, já fui Secretário de Obras, já fui Diretor do DMAE, Secretário dos Transportes, já fui Prefeito, e tenho dificuldades, pela quantidade de serviço que temos nesta Casa, de dar opinião em determinados projetos do Plano Diretor que vêm aqui muito malfeitos e também fora do prazo, com todas as evidências possíveis, porque tem, até, datas marcadas. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Ver. Luiz Braz, a Diretoria Legislativa já nos informa que a sua solicitação, Requerimento nº 226/01, encontra-se na CUTHAB. Então, depois, vamos conversar com o Presidente e a Comissão para ver o seu trabalho.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu recebo agora a informação do Presidente da CUTHAB, o Ver. Raul Carrion, de que ele já despachou favoravelmente; então, como temos pressa em fazer essa Comissão Externa, eu pediria a V. Ex.ª que procurasse agilizar para que os diversos partidos pudessem apresentar os seus representantes para essa Comissão Externa.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Ver. Luiz Braz, V.Ex.ª pode ter certeza de que essa é a nossa intenção. Tão logo V. Ex.ª fez a consulta, já respondemos; é que ainda não saiu da Comissão o Parecer.

O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar o Requerimento s/nº, de sua autoria, que solicita urgência e reunião Conjunta das Comissões para o PLCE nº 004/01.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, primeiramente, gostaria de informar que hoje o Diário Oficial de Porto Alegre registrou a prorrogação do prazo - por portaria do Sr. Prefeito - de uma Comissão Técnica que está estudando e elaborando o conjunto de Leis Complementares ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre. Aliás, bem refere-se o Ver. João Antonio Dib, mas, Vereador João Antonio Dib, não estamos parados nisso, é complexo o assunto, e um dos resultados da discussão dessa Comissão, já são esses dois Projetos que vieram à Câmara e, entre eles, este que estamos encaminhando que é o do Requerimento relacionado à área do Estaleiro Só. Além do que, também, encaminhamos o Requerimento relacionado ao novo traçado da Av. Anita Garibaldi, que tem solicitações de Vereadores, como o Ver. Luiz Braz, que quer fazer uma visita e que tem interesses que precisam ser compatibilizados para verificar onde está o menor prejuízo comunitário e onde se valoriza mais os domínios públicos, que é o que se trata. Neste Requerimento, nós estamos pedindo pelas condições que estão dadas e também por uma pressão histórica de um conjunto de trabalhadores que tem a ver com a liberação dos créditos trabalhistas em relação ao Estaleiro Só, que é uma coisa que sensibilizou todos os Vereadores desta Casa. Nós tivemos aqui presente à Reunião da Comissão, e é oportuno, o próprio Ver. Beto Moesch recorda que tem que, talvez, ouvir o Conselho Municipal do Meio Ambiente, já consultando aqui a representação da Secretaria Geral do Governo, solicitamos que fosse instado o nosso Secretário Municipal, Gerson Almeida, a respeito do assunto.

Portanto, tudo nos termos e nos acordos procedidos, para que se possa atender com celeridade esse procedimento de alteração daquela área urbanística, permitindo que, com a venda daquele patrimônio que é privado, é particular, mas com as alterações que estão sendo propostas, se possa, então, dar destinação e uso para aquela área, e, ao mesmo tempo, atender a esse reclamo da comunidade que trabalhava ali e está aguardando os créditos trabalhistas a que têm direito. E vieram a esta Casa para fazer a justa reclamação, para que nós os atendêssemos.

Então, foi louvado nessa expectativa, Sr. Presidente, que requeremos a Reunião Conjunta das Comissões Permanentes, para que se pudesse estabelecer o mais rápido possível a decisão desta Casa sobre esta matéria. Veja que nós estamos criando subunidades de subestruturação na zona e na área do Estaleiro Só, o que trata do comércio varejista, o que trata dos serviços, das atividades especiais, dos índices de aproveitamento das alturas e as taxas de ocupações. Ou seja, estamos dando uma outra valorização para aquela área, fazendo com que ela tenha, de fato, uma destinação e um uso em atividade que possa ser melhor aproveitada na venda ou na sua ocupação, e, assim, podendo prestar-se à destinação fundamental e social que tem aquela região, muito valorizada na Cidade.

Ver. João Antonio Dib, volto a reiterar que hoje está publicado no Diário Oficial a prorrogação do prazo da Comissão Técnica que está elaborando o conjunto de leis que dizem respeito à Portaria que o Prefeito assinou hoje, para dar conta das leis que estamos tratando de encaminhar, aqui, para esta Casa, para cumprir as determinações do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. Esta aqui é uma delas. Então, Sr. Presidente, estamos encaminhando, por óbvio, de maneira favorável pelo Requerimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar Requerimento do Ver. Estilac Xavier, que solicita urgência e reunião Conjunta das Comissões para o PLCE nº 004/01.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta é uma matéria que reclama o processo excepcional ou sumário, como se possa entender, ou seja, a reunião conjunta das Comissões Permanentes, dada a premência que a matéria reclama. Durante alguns dias, aqui estiveram mobilizados os funcionários do Estaleiro Só, que reclamam seus créditos, e, para que eles possam atingir o seu justo objetivo, se faz necessária uma flexibilização na área, no sentido de atender às determinadas finalidades, sem as quais não se viabiliza o aproveitamento econômico daquela área. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, encaminhamos favoravelmente.

Por outro lado, é preciso que se aproveite a manifestação do Ver. João Antonio Dib, que reclama uma assessoria técnica especializada na área do Plano Diretor. O mínimo que a Câmara Municipal tem que ter são exatamente estruturas capazes de examinar, do ponto de vista técnico, questões desta importância, como alterações de áreas, de regimes urbanísticos, que determinam situações as mais complexas, e diria até, Ver. João Antonio Dib, situações perigosas, do ponto de vista dos interesses que militam em torno destas questões de alterações do Plano Diretor.

Então, na medida em que nos posicionamos favoravelmente à urgência desta matéria, não podemos perder a oportunidade, colocando à Mesa da Casa, da necessidade de se criar uma área técnica especializada, altamente profissionalizada. Até diria que deveria se instituir na Casa um quadro de cargos de provimento efetivo, através de concurso público, onde um corpo de técnicos, especializado na área urbanística, pudesse constituir para nós uma estrutura capaz de examinar, com relativa rapidez, situações como esta, onde matéria de interesse econômico, relevantíssima, precisa de solução urgente, Ver. João Antonio Dib. Estou defendendo a sua idéia, de que a Casa tenha um corpo especializado, exatamente na área do Plano Diretor, com vistas a se poder enfrentar questões como essa colocada, pela necessidade que tem e a urgência em votarmos a presente matéria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o Requerimento s/nº de autoria do Ver. Estilac Xavier, que solicita urgência e reunião conjunta das Comissões para o PLCE nº 004/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Requerimento do Ver. Estilac Xavier pede que seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta da CCJ, da CEFOR, da CUTHAB e da COSMAM, o PLCE nº 004/01, que cria a subunidade de estruturação urbana 03, da Lei nº 4036, referente à área do Estaleiro Só, define se é regime urbanístico e dá outras providências.

Veja, Ver. Estilac Xavier, a ironia. Há dois anos que nós cobramos a vinda desse Projeto, que deveria ter ocorrido 120 dias depois da vigência do Plano Diretor e o Projeto não veio. Agora, quando ele vem, nós estamos diligenciando na urgência a respeito desse Projeto. Eu não posso ser incoerente e dizer que não é urgente a definição desse regime urbanístico, até porque atrás dessa medida de ordem urbanística tem algumas medidas, e até não exageraria em dizer, de cunho social, na medida em que a ausência de uma definição sobre a área do Estaleiro Só tem retardado, inclusive, a liquidação desse imóvel, e com isso impedido que os funcionários, que estão há muito tempo na fila aguardando para receber as suas indenizações, possam recebê-las.

Existe essa espada, Ver. Juarez Pinheiro, sobre a nossa cabeça. Vamos fazer um esforço conjunto e procurar estudar essa matéria o necessário, e fazer uma boa discussão nas Comissões Conjuntas acerca da necessidade de algumas adequações que, aparentemente, me parece que são necessárias. E eu não me arvoraria em dizer que efetivamente as são, porque fiz uma leitura muito rápida deste Projeto até agora, ansioso que estava em recebê-lo e de conhecê-lo, e, nessa leitura rápida me ficou essa primeira impressão, que, naturalmente, após o exame maior, poderá permanecer ou não.

Eu verifico que o Projeto está bem instruído, veio acompanhado pelo Expediente Administrativo e, toda vez que a Prefeitura junta o Expediente Administrativo aos Projetos que encaminha à Casa, ela facilita a análise, porque, ali, tem toda uma história, todo um processo de discussão, que vamos chegar à conclusão por que o índice de aproveitamento proposto é 1,0, por que a altura máxima é 12,5 metros, por que a taxa de ocupação é 50% e não 75% e assim por diante.

Então, Ver. Estilac Xavier, sem nenhum temor de fazer incoerência - sabe V. Ex.ª que eu sou extremamente rigoroso com essas matérias importantes passarem na Casa em regime de urgência - tamanhas são as situações que convergem para a necessidade de urgente definição dessa matéria, que eu vou acompanhar V. Ex.ª no Requerimento votando pela urgência e pela audiência conjunta das Comissões, para que possamos, nesse meio, fazer uma bela discussão e ensejar um esclarecimento maior sobre esses índices propostos, que, num primeiro momento, me parece, não estão muito adequados, mas, na discussão, vamos clarear essa situação.

Acho que um tratamento isonômico com o que ocorreu com o outro lado da rua, seria o regime mais adequado. De qualquer sorte, vamos olhar as razões por que chegou-se a esse número e, de posse dessas razões, tomarmos a nossa posição final que pode ser de absoluta solidariedade e integral apoio ao que está no Projeto ou com algumas contribuições que não nos furtaremos de oferecer, se necessário. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação o Requerimento s/nº de autoria do Ver. Estilac Xavier, que solicita urgência e reunião conjunta das Comissões Permanentes ao PLCE nº 004/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. ESTILAC XAVIER (Questão de Ordem): Sr. Presidente, pelo princípio da aparência, me ocorre que talvez não haja quórum. Então, gostaria que V. Ex.ª precisasse essa situação, porque estará inviabilizada a continuidade dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Pois não, Vereador. Visivelmente verificamos que não há quórum para o prosseguimento da Sessão. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h16min.)

 

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